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Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Após criticar aumento do salário mínimo, Guedes diz que salário de R$ 39 mil é ‘muito baixo’

Política

Ministro da Economia defendeu aumento de salário para presidente, ministros e magistrados, que ficaram de fora da reforma administrativa, afirmando que o modelo dos pagamentos é “socialista”. Dias antes, Paulo Guedes criticou o aumento real do salário mínimo, que está previsto em R$ 1.067 para 2021.

Após deixar as carreiras do primeiro escalão do serviço público de fora da reforma administrativa, o ministro da Economia, Paulo Guedes, defende um teto salarial maior para esses funcionários. Atualmente, o valor máximo que um funcionário público pode receber por mês é de R$ 39.293,32.

“Não aumentamos ainda o que acho que tem que ser aumentado, que é o teto da carreira. Nós devíamos ser mais meritocráticos nisso. A presidência da República, o Supremo, é iminente que eles têm que receber muito mais do que recebem hoje. Acho um absurdo os salários da alta administração brasileira. Acho que são muito baixos. Pela responsabilidade do cargo, pelo peso das atribuições, pelo mérito em si para poder chegar numa posição dessa”, defendeu o ministro.

Ele defende a existência de uma diferença salarial entre o ingresso e o topo da carreira, afirmando que, no Brasil, essa dispersão é quase “socialista”. E que era necessário fomentar a meritocracia. Segundo o ministro, a diferença salarial entre um ministro do STF e alguém que entrou recentemente no judiciário é “ridiculamente baixa”. “Não pode haver dispersão tão baixa. É quase uma distribuição socialista”, criticou.

O ministro acredita que os salários do topo de carreira devam ser bem maiores para atrair bons profissionais para o funcionalismo. Mas o pensamento do ministro da Economia é bem diferente com relação a aumentar o salário mínimo do trabalhador brasileiro comum. No começo do mês, Paulo Guedes, criticou, mais uma vez, a defesa do aumento real do salário mínimo. “Hoje, se você der um aumento de salário mínimo, milhares e talvez milhões de pessoas serão demitidas. Estamos no meio de uma crise terrível de emprego. Dar aumento de salário é condenar as pessoas ao desemprego”, afirmou.

Vale lembrar que a política de valorização do salário mínimo, implodida pelo governo Jair Bolsonaro, foi um dos mais importantes instrumentos de redução da desigualdade no Brasil, um dos países que mais concentra renda em todo o mundo.

O ataque ao trabalhador comum não é o único foco do ministro da Economia. Os servidores públicos que mantêm a máquina pública funcionando são os outros alvos. O próprio Guedes chamou os funcionários públicos de “parasitas do orçamento nacional”. Contudo, a sua reforma administrativa mantém todos os privilégios intocados. A reforma não toca na casta jurídica, juízes e procuradores continuarão tendo seus privilégios, não mexe com os parlamentares e não trata dos servidores das corporações que sustentam o governo Bolsonaro, os militares.

Enquanto o governo federal defende o privilegiado e marginaliza os pobres, o cidadão comum faz milagre para comprar o arroz e o feijão, prato básico do brasileiro, que subiram mais de 20%. Em algumas regiões, o preço do arroz passa dos R$ 40. Atualmente, com o aumento dos preços dos alimentos, um salário mínimo compra 26 sacos de arroz, enquanto um salário do ministro do STF compra 980.

Fonte: Com UOL, CNN Brasil e G1

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