Fiocruz aponta que Brasil atingiu maior colapso sanitário da história
Colapso da Saúde
Segundo a Fundação, a situação é crítica em todo país: 24 estados e o DF têm ocupação de leitos de UTI superior a 80% e 15 desses operam a mais de 90%. Indicativo é divulgado no dia em que o Brasil atinge novo recorde de mortes por Covid.
O Brasil está em seu maior colapso sanitário e hospitalar da história. É isso o que aponta o Boletim do Observatório Covid-19 divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz na terça-feira, 16. Pesquisadores da Fundação analisaram dados de secretarias estaduais de saúde e do Distrito Federal. Segundo a análise, a taxa de ocupação de unidades de terapia intensiva – UTI para tratamento de Covid-19 é crítica, e está próxima a capacidade total em todo o país.
O observatório aponta que, das 27 unidades da Federação, 24 estados e o Distrito Federal estão com a ocupação de leitos de UTI superior a 80%. Em 15 desses locais, a ocupação é superior a 90%.
O DF aparece no levantamento com 97% dos leitos de UTI ocupados. O Rio Grande do Sul é o local onde a situação é extrema: 100% dos leitos estão em uso. Apenas o Rio de Janeiro e Roraima apresentam taxa de ocupação média, com 79% e 73%, respectivamente. Em todos os demais locais, o alerta é crítico.
O boletim foi divulgado no mesmo dia em que o Brasil registrou um novo recorde de mortes por Covid, com 2.841 óbitos em um só dia. É o 21º dia seguido em que há aumento do número de mortes pela doença no país.
Eficácia de restrição – A análise de pesquisadores da Fundação também divulga que o município de Araraquara, em São Paulo, tem apresentado melhora nos índices de Covid na cidade. O bom resultado no local está relacionado às medidas de restrição mais rígidas, como circulação restrita e lockdown severo, com apenas serviços essenciais em funcionamento.
Pior momento da pandemia – Na semana passada, na quinta-feira, 11, a Fundação já havia informado que o país vive o pior momento da pandemia. A entidade divulgou, em seus boletins, que a avaliação é decorrente da piora de alguns dos principais indicadores sobre a Covid-19: alta taxa de ocupação de leitos; tendência de alta nos casos de síndromes respiratórias; e alta participação do país no total de mortes causadas pela doença no mundo.
Um ano após a pandemia ser oficialmente reconhecida, o país acumula 10,3% das mortes que já foram notificadas no mundo por Covid-19, sendo que o Brasil tem apenas 3% da população global.
“A fim de evitar que o número de casos e mortes se alastrem ainda mais pelo país, assim como diminuir as taxas de ocupação de leitos, os pesquisadores defendem a adoção rigorosa de ações de prevenção e controle, como o maior rigor nas medidas de restrição às atividades não essenciais. Eles enfatizam também a necessidade de ampliação das medidas de distanciamento físico e social, o uso de máscaras em larga escala e a aceleração da vacinação”, aponta a nota divulgada pela Fiocruz.
Casos de síndrome respiratória – No boletim da última semana, a Fiocruz detalhou os dados do sistema InfoGripe, que monitora a incidência da Síndrome Respiratória Aguda Grave – SRAG no Brasil. Segundo os pesquisadores, os dados mostram que os casos também estão em “níveis muito altos” em todos os estados, com maior destaque para as regiões Sul e Sudeste. Mais de 96% dos casos e 99,1% dos óbitos são em decorrência do novo coronavírus.