Milhares de servidores vão às ruas contra a reforma administrativa
Brasil
Com apoio da população, servidores de todo o país dizem não à PEC 32/2020, da reforma Administrativa, que provoca um desmonte nos serviços públicos e gratuitos, como saúde, educação, entre outros.
A quarta-feira, 18, amanheceu com a resistência nas redes e nas ruas de várias cidades do país contra o projeto de destruição do Brasil, capitaneado pelo presidente Jair Bolsonaro, que só apresenta projetos para destruir políticas públicas essenciais para a população brasileira, como a Proposta de Emenda à Constituição – PEC 32/2020, da reforma administrativa, principal pauta das mobilizações do dia.
Se aprovada, a reforma vai desmontar o serviço público em áreas como saúde e educação, e quem vai pagar a conta serão os trabalhadores mais pobres que dependem desses serviços.
Essa é a razão da greve dos servidores públicos de todas as esferas, que está sendo reforçada por todas as categorias profissionais, com atos e mobilização que colocam em pauta também reivindicações urgentes como auxílio emergencial de R$ 600, medidas contra a fome, a carestia e os preços altos que estão estrangulando o orçamento das famílias brasileiras. Também exigem celeridade na vacinação, são contra o desemprego e contra as privatizações.
Organizadas pelas centrais sindicais, sindicatos e outras entidades que defendem o serviço público, as manifestações acontecem ao longo do dia em cerca de 90 cidades. Com faixas, cartazes, carros de som, os atos foram realizados já logo nas primeiras horas.
Centro-Oeste – As principais vias de Brasília/DF amanheceram com mensagens de protesto contra a PEC 32. “A aprovação dessa lei significa o fim da educação e saúde públicas, por exemplo, além de privilegiar juízes, parlamentares e militares”, afirmaram os organizadores na convocatória.
Em Goiânia/GO, urbanitários chamaram atenção para a agenda de privatizações do atual governo.
Sudeste – Nos quatro estados do Sudeste, houve manifestações contra a reforma administrativa e a política econômica de Bolsonaro e Paulo Guedes, ministro da Economia.
Além das bandeiras nacionais de luta desta quarta, manifestantes de Niterói, no Rio de Janeiro, questionaram o retorno às aulas presenciais sem os protocolos sanitários necessários.
Já em São Paulo, trabalhadores da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – Sabesp protestaram na Lapa em apoio à greve contra a privatização dos correios e à PEC 32.
Em Minas Gerais, trabalhadoras da Petrobras fizeram ato na porta da Refinaria Gabriel Passos contra a reforma administrativa e as privatizações.
Nordeste – Em Fortaleza/CE, os trabalhadores da saúde protestaram contra à PEC 32, já que a proposta pode ser caminho para a privatização do SUS. Se a reforma administrativa for aprovada, o governo poderá repassar todas ou quase todas as ações que hoje são prestadas pelo Estado brasileiro, para entidades privadas. Isto significa que os serviços de saúde, educação, poderão ter cobranças de mensalidades, basta o governo decidir por lei ordinária.
Em João Pessoa/PB, servidores protestaram em frente ao prédio da Receita Federal. No Recife/PE, os manifestantes se concentraram na praça Treze de Maio com carros de som, cartazes e faixas contra as medidas do governo Bolsonaro.
Em Maceió/AL, os protestos foram direcionados especialmente a Artur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, que tem a responsabilidade de votar a PEC 32.
Na capital de Sergipe, Aracaju, os professores da rede estadual e das 74 redes municipais também fizeram ato contra a reforma administrativa, por valorização do magistério e pela revogação do desconto de 14% nas aposentadorias e pensões dos servidores públicos estaduais.
Norte – Em Belém/PA, centrais sindicais fizeram caminhada e panfletagem contra a precarização do serviço público. Em Porto Velho/RO, a CUT fez um ‘Pit Stop’ em apoio à paralisação nacional contra à PEC 32 e em defesa dos empregos, contra a privatizações e demais pautas dos trabalhadores de todas as categorias.
Sul – Mesmo debaixo de chuva, trabalhadores protestaram contra a reforma administrativa em frente ao Hospital Pronto Socorro, em Porto Alegre/RS.
Em Criciúma/SC, sindicalistas ocuparam desde cedo a Praça Nereu Ramos para dialogar com a população sobre a PEC 32. Além das panfletagens, eles exibiram faixas pressionando os três deputados federais da região – Ricardo Guidi (PSD), Geovania de Sá (PSDB) e Daniel Freitas (PSL) – para votarem contra a reforma.