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Foto: Marco Santos/ Agencia Pará

Hidroxicloroquina não funciona contra Covid-19 e pode causar efeito adverso, afirma OMS

Saúde e Ciência

A Organização Mundial da Saúde também pede que as pesquisas com a substância como prescrição para a doença não sejam prioridade.

A hidroxicloroquina não deve ser usada para prevenir a Covid-19 e não tem efeito significativo sobre pacientes já infectados pelo coronavírus, concluiu um painel de especialistas da Organização Mundial da Saúde – OMS.

O medicamento anti-inflamatório e antimalárico não deve ser usado na luta contra a pandemia e não é mais prioridade em pesquisas sobre possíveis tratamentos conta a Covid-19, escreveram especialistas internacionais do Grupo de Desenvolvimento de Diretrizes da OMS em um artigo publicado na segunda-feira, 1, no British Medical Journal.

Os especialistas afirmaram que sua “forte recomendação” se baseia em evidências provenientes de seis estudos envolvendo mais de 6 mil participantes com e sem exposição conhecida a uma pessoa infectada pelo coronavírus Sars-CoV-2.

Além de apontarem que a hidroxicloroquina tem efeito mínimo ou nenhum sobre a mortalidade e hospitalizações devido ao coronavírus, os testes também mostraram que o medicamento “provavelmente aumenta o risco de efeitos adversos”. “O painel [de especialistas] considera que o medicamento não é mais uma prioridade de pesquisa e que recursos deveriam ser direcionados para avaliar outras drogas mais promissoras para prevenir a Covid-19”, escreveram.

O documento produzido a partir do debate apontou ainda que a “hidroxicloroquina é um imunomodulador usado para tratar a artrite reumatóide e o lúpus eritematoso sistêmico” e que políticas públicas voltadas para o tratamento de outras doenças por meio de cloroquina podem trazer dificuldades para quem precisa do medicamento para tratar outras doenças, para as quais ele é realmente eficaz.

OMS ainda pede que as pesquisas com a hidroxicloroquina como prescrição para a Covid-19 não sejam prioridade. O painel avalia que é importante concentrar esforços financeiros em medicamentos com mais chance de combater o coronavírus.

O uso de hidroxicloroquina foi proposto no início da pandemia para tratar pacientes com o coronavírus, mas em junho a OMS anunciou o fim dos ensaios clínicos, após várias investigações terem demonstrado que não reduzia a mortalidade. Em outubro passado, um estudo realizado em 30 países e divulgado pela OMS já havia apontado que a hidroxicloroquina é ineficaz contra a Covid-19.

Agora a OMS desaconselha também o uso preventivo do medicamento contra a doença. A recomendação emitida pelo painel de especialistas da organização tem o objetivo de servir como uma diretriz concreta sobre o combate ao coronavírus e ajudar médicos a tomar melhores decisões para seus pacientes.

A cloroquina e a hidroxicloroquina integram orientação oficial emitida pelo Ministério da Saúde no ano passado, com recomendação voltada a casos leves, moderados e graves. Neste ano, um aplicativo da pasta chegou a sugerir os remédios até a bebês, e foi retirado do ar. O jornal Estadão mostrou que as prefeituras que receberam a doação do Ministério agora querem devolver os medicamentos sem eficácia.

Fonte: Com Deutsche Welle Brasil, Estadão e Metrópoles

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