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Foto: Andréa Rêgo Barros/Prefeitra de Recife

Estudo mostra eficácia da vacina de Oxford, a mais avançada em teste contra a Covid-19

Saúde e Ciência

O imunizante, que conta com testes no Brasil, é o mais avançado em desenvolvimento no mundo; vacina teve o efeito esperado pelos pesquisadores nos primeiros estágios.

Artigo publicado nesta segunda-feira, 20, pela revista científica The Lancet concluiu que a vacina candidata da Universidade de Oxford – Reino Unido, produzida em parceria com o laboratório AstraZeneca, demonstrou ser segura, ter poucos efeitos secundários e ter estimulado a produção de anticorpos e células T contra o novo coronavírus. A fórmula está sendo testada no Brasil em parceria com a Universidade Federal de São Paulo – Unifesp.

Os testes iniciais envolveram 1.077 pessoas. O resultado é promissor, mas a vacina ainda precisa ser testada em outras etapas para garantir não apenas sua segurança, mas também uma imunização consistente a longo prazo. De acordo com a Lancet, a fórmula estimulou respostas imunológicas “potentes” a nível celular e humoral se aplicada em dose dupla.

O objetivo era avaliar se o produto é seguro o suficiente para aplicar em mais pessoas e o tipo de resposta imune que a vacina pode produzir. A resposta foi positiva, com a criação de anticorpos e com baixos efeitos colaterais. Os testes estão agora em fase 3 e vão até junho de 2021. Mais de 300 milhões de doses já foram produzidas.

A vacina que vem sendo desenvolvida pela Oxford é uma das três opções que já estão na terceira fase de testagem, segundo a OMS – Organização Mundial de Saúde. Atualmente, há 160 vacinas contra Covid-19 sendo testadas em todo o mundo.

Parceria com a Fiocruz – No mês passado, o Ministério da Saúde anunciou parceria com a universidade britânica para a produção de 30,4 milhões de doses da vacina, com um investimento de US$ 127 milhões. O primeiro lote deve ser produzido em dezembro e o segundo em janeiro pela Bio-Manguinhos, laboratório da Fiocruz. Segundo o Ministério, as doses só serão ministradas após a finalização dos estudos clínicos e a comprovação da eficácia da vacina. O acordo anunciado prevê compartilhamento da tecnologia de produção da vacina com a Fiocruz.

Pela parceria anunciada, o governo brasileiro receberá o ingrediente farmacêutico ativo – IFA produzido por Oxford para a produção dos lotes. Caso seja comprovada a eficácia da vacina, ela será ministrada para grupos de risco – e profissionais de saúde também terão prioridade. Após a comprovação da eficicácia da vacina, o governo brasileiro produzirá mais 70 milhões de doses, com um valor estimado de US$ 161 milhões.

No Rio, os testes são conduzidos pelo Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino e da Rede D’Or, que vai custear primeira fase da pesquisa. Em São Paulo, os testes estão a cargo do Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais da Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp. A Fundação Lemann está financiando a estrutura médica e os equipamentos da operação.

No fim de junho, a OMS afirmou que a vacina ChAdOx1 nCoV-19, como é chamada oficialmente, era a “mais avançada” do mundo “em termos de desenvolvimento” e lidera a corrida por um imunizante contra a Covid-19. Além do Brasil, a fórmula está sendo testada na África do Sul e no Reino Unido, e há previsão para uma nova fase de trabalhos nos Estados Unidos.

O Brasil também está testando outra vacina, produzida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech, em uma iniciativa do Instituto Butantan. As primeiras doses do imunizante chegaram hoje no país. O carregamento foi trazido por um voo de Frankfurt, na Alemanha, que aterrissou no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

Na primeira etapa de testes, já autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, serão vacinados profissionais de saúde de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná, além do Distrito Federal.

Alternativa promissora – A empresa alemã de biotecnologia BioNTech e a farmacêutica americana Pfizer divulgaram, nesta segunda-feira, dados adicionais de sua vacina experimental contra o coronavírus que provam que ela é segura e foi capaz de induzir resposta imunológica nos pacientes.

Os resultados referem-se a teste feito na Alemanha com 60 voluntários saudáveis que, após tomarem duas doses da vacina, produziram anticorpos.  Os dados complementam o anúncio, feito no início do mês, de resultados positivos de um teste em estágio inicial, feito nos Estados Unidos. De acordo com as empresas, foram verificadas respostas imunes “fortes” e em velocidade anterior ao prazo estimado das chamadas células T, consideradas fundamentais para protegerem um organismo do novo coronavírus. Esses dados deverão agora ser revisados para sua publicação oficial.

Fonte: Com O Globo e Valor Investe

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