Em Dia de Luta e de Luto, FST e Confederações filiadas lembram vítimas e criticam omissão do governo
Sociedade
Com mais de 100 mil mortes por Covid-19, o ato público “Uma Hora pela Vida” pede um basta às políticas que matam o povo brasileiro. CNTS também cobra proteção e direitos aos trabalhadores da saúde, como disponibilização de EPIs, do fortalecimento do SUS e por melhores condições de trabalho.
A fim de dialogar com a sociedade e dar um basta à política genocida do governo Bolsonaro, o Fórum Sindical dos Trabalhadores – FST reuniu parlamentares e representantes das Confederações filiadas no ato público “Uma Hora pela Vida”, na sexta-feira, 7. O ato, integrado pelas manifestações convocadas pelas centrais sindicais, debateu os ataques à democracia, contra o desemprego e a falta de uma política de tire o Brasil da crise econômica profunda pela qual passa o país.
Mas, em especial, a manifestação levou o sentimento de comoção e solidariedade às famílias das 100 mil vítimas da pandemia do novo coronavírus, vidas que poderiam ter sido salvas, não fosse a falta de ações eficazes de enfrentamento à crise sanitária.
“É nosso dever institucional defender estes trabalhadores e suas famílias. O FST e o conjunto de Confederações integrantes atuarão nas mais diversas instâncias para defender os interesses de seus representados e para apontar alternativas que possam retomar um projeto que favoreça nosso desenvolvimento, conciliando crescimento econômico com progresso social”, ressaltou o coordenador geral do FST, prof. Oswaldo Augusto de Barros.
A CNTS também cobrou mais proteção e direitos aos profissionais da saúde, com a disponibilização de equipamentos de proteção individual – EPIs, do fortalecimento do Sistema Único de Saúde – SUS e por melhores condições de trabalho. O secretário-geral da CNTS, Valdirlei Castagna, lembrou que o Brasil registra recorde mundial de mortes de profissionais da enfermagem, até o momento, 316 profissionais já perderam a vida lutando contra a Covid-19. “Estamos perdendo nossos colegas e, infelizmente, perdendo a batalha contra o vírus. Para nós da CNTS, isso é um reflexo claro da falta de políticas de proteção a esses profissionais. Não vemos por parte do poder público nenhuma iniciativa concreta que dê segurança aos profissionais da saúde e que dê condições para eles exercerem sua profissão com tranquilidade. Em decorrência de toda omissão e negligência do governo no combate à pandemia do coronavírus, coube aos trabalhadores da saúde levar ao Tribunal Penal Internacional, em Haia, denúncia contra o governo por crimes contra a humanidade e genocídio”, afirmou.
A diretora de Assuntos Internacionais da CNTS, Lucimary Santos, lamentou o fato de que mesmo com toda a visibilidade que profissionais da saúde adquiriram por conta da pandemia, eles ainda são desvalorizados e sem proteção. “Aplausos não bastam. Os trabalhadores da saúde, em especial da enfermagem, merece uma jornada digna, piso salarial, aposentadoria especial, dimensionamento de equipes adequado, materiais de proteção individual. Há muito tempo a categoria luta sozinha para conquistar seus direitos. A enfermagem é uma categoria que não tem ainda uma jornada de trabalho regulamentada e nem um piso salarial instituído. O projeto que regulamenta a jornada de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem aguarda votação há 20 anos na Câmara. Todo o risco que estes trabalhadores estão enfrentando precisa ser concretizado em ações”.
Defesa do emprego – A taxa de desocupação aumentou em 1,2% entre março e maio de 2020 em relação ao conjunto trimestral de meses anteriores, ou seja, de dezembro de 2019 a fevereiro deste ano. Isso significa que o desemprego atingiu o índice de 12,9% da população economicamente ativa, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, divulgada no dia 30 de junho.
Em termos absolutos, o percentual representa 12,7 milhões de pessoas desocupadas. Sob outra ótica, a população ocupada caiu 8,3% em relação ao trimestre anterior e 7,5% em comparação com o mesmo trimestre de 2019. Segundo o IBGE, as quedas representaram recordes na série histórica. “Enquanto isso, o ministro da economia, Paulo Guedes, só se preocupa em acabar com os direitos dos trabalhadores, privatizar o país e enriquecer os empresários e os bancos”, defenderam as entidades.
Para o senador Paulo Paim (PT-RS), é preciso mais investimentos públicos em infraestrutura para geração de emprego e renda. Na live, ele lembrou que o país investe apenas 3,8% na saúde pública e pediu mais investimentos. Paim sugeriu ao menos a revogação temporária da Emenda 95, que instituiu o teto de gastos, limitando por 20 anos os gastos públicos. Paim argumenta ser necessária uma mudança profunda na norma para permitir que o país volte a investir em infraestrutura, seguridade social, tecnologia e educação.
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