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Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Dia Mundial da Saúde evidencia importância dos trabalhadores e do SUS

Saúde

Desde que o coronavírus chegou ao Brasil, a pauta da saúde acabou se tornando prioritária em todos os estados, que buscam cada vez mais alternativas para barrar o avanço da doença em seus territórios. Com o objetivo de conscientizar sobre a importância da preservação à saúde, o Dia Mundial da Saúde, celebrado nesta terça-feira, 7, serve para destacar as medidas que estão sendo tomadas para evitar a proliferação da doença, mas também para evidenciar a importância dos profissionais da saúde e do Sistema Único de Saúde, o SUS.

Neste 7 de abril se faz necessário agradecer aos profissionais de saúde – médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, farmacêuticos, atendentes, encarregados da limpeza e demais funcionários de hospitais e centros recém-montados pelo seu trabalho e dedicação na linha de frente do combate à Covid-19. Profissionais estes que estão submetidos a situações precárias e sem condições adequadas de trabalho, vivendo em situação de elevado estresse, com sobrecarga de trabalho em função da falta de profissionais. Em muitos casos sem direito de ter um local adequado para repouso e descanso durante os turnos de trabalho.

A CNTS entende que estes profissionais são heróis, mas não devem se tornar mártires no trabalho. Eles são profissionais que precisam de equipamentos de proteção pessoal para que possam manter-se saudáveis enquanto salvam vidas. É preciso que as autoridades de saúde responsáveis em cada área de atuação tomem, imediatamente, todas as medidas necessárias para o apoio, proteção e segurança de milhões de profissionais da saúde destacados para o atendimento da população. Não é possível deter esta pandemia sem proteger primeiro os trabalhadores da saúde.

Nesta data também é necessário não apenas destacar a importância do SUS, o maior sistema gratuito e universal do mundo de saúde pública, mas também de valorizá-lo. Apesar de subfinanciado, o SUS é o único no mundo a oferecer todo tipo de atendimento. Sem ele, um teste de Covid-19 custaria pelo menos R$ 5 mil.

Sete a cada dez brasileiros recorrem ao sistema quando surge algum problema de saúde, o que gera mais de 1 bilhão de consultas médicas e mais de 4 bilhões de procedimentos ambulatoriais, executados anualmente. Tudo isso, com um investimento de menos de R$ 120 bilhões, o que, de acordo com a OMS, é considerado bem abaixo da média mundial.

Mas o SUS tem um calcanhar de Aquiles, o financiamento. A gota d’água para o total desmonte do financiamento do SUS foi a promulgação da Emenda Constitucional 95/2016, de autoria do governo Temer, que, ao determinar que os gastos públicos só possam aumentar de acordo com a inflação do ano anterior, gera sérios prejuízos no acesso aos serviços de saúde para a população brasileira. Desde a promulgação da medida, o SUS já perdeu cerca de R$ 22 bilhões. Apenas neste ano, a previsão é que a saúde pública brasileira receba R$ 10 bilhões a menos por conta da medida. Ao longo de duas décadas, os danos são estimados em R$ 400 bilhões a menos para os cofres públicos.

O resultado dos problemas causados pela falta de verba está escancarado para todos verem: filas enormes nos hospitais, falta de medicamentos, de profissionais. Mesmo sendo desmontado pelo governo, o SUS está salvando muitas vidas durante esta pandemia. Porém, muitas das mortes poderiam ter sido evitadas. Nesses tempos, precisamos aprender. Governos precisam aumentar massivamente o financiamento para sistemas públicos de saúde. É hora de enterrar a austeridade de uma vez por todas. Nunca a necessidade de bom financiamento e de um sistema de saúde pública resistente foi mais explícita.

Por isso a importância da data, que tem por objetivo aumentar a conscientização sobre a necessidade de cobertura e acesso à saúde universal, além dos benefícios que isso pode trazer. A CNTS entende que é preciso unir forças sociais e políticas para defender o direito à saúde. A saúde universal não é apenas garantir que todos estejam contemplados, mas que todos tenham acesso aos cuidados quando precisam, onde quer que estejam.

Fonte: Com OMS Brasil, Blog da Saúde, Rede Brasil Atual e UOL

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