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Foto: Freepik

Coronavac produz anticorpos contra Covid-19 em 97% dos casos

Saúde e Ciência

Primeiros resultados de testes de fase 1 e 2 no país chinês foram publicados na terça em revista científica. Outra vacina promissora é da companhia farmacêutica Pfizer, que tem eficácia de 95%.

A vacina chinesa Coronavac produziu, depois de 28 dias, anticorpos em 97% dos voluntários saudáveis testados e é segura, afirma um estudo publicado na terça-feira, 17, na revista especializada The Lancet Infectious Diseases. A Coronavac é fabricada pela empresa chinesa Sinovac e está na fase 3 de testes em diversas regiões do Brasil desde julho, em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo. Os dados do estudo são das fases 1 e 2.

Os resultados são provenientes de testes clínicos feitos na China em abril e maio, com 744 voluntários saudáveis entre os 18 e 59 anos, e revelaram que as respostas de anticorpos podem ser induzidas dentro de 28 dias após a primeira imunização, administrando duas doses da vacina com 14 dias de intervalo.

Porém, os níveis de anticorpos produzidos pela vacina foram mais baixos do que os observados em pessoas que foram infectadas e se recuperaram da doença covid-19, provocada pelo novo coronavírus.

Além disso, a persistência dos anticorpos gerados precisa ainda ser verificada para determinar quanto tempo durará a proteção contra o vírus, disseram os cientistas.

Diante disso, os cientistas frisaram que as descobertas da fase 3 serão cruciais para determinar se a resposta imunológica gerada pela Coronavac é suficiente para proteger contra uma infecção pelo Sars-CoV-2. A pesquisa publicada, realizada por uma equipe chinesa, identificou a dose ideal para gerar as respostas imunológicas mais altas, enquanto observou os efeitos secundários, que foram leves e desapareceram em 48 horas.

O resultado já alcançado torna a vacina adequada para uso de emergência durante a pandemia, disse o pesquisador Fengcai Zhu, do Centro Provincial de Controle e Prevenção de Doenças de Jiangsu, na China.

Os autores identificaram algumas limitações no estudo, como o fato de o teste da fase 2 não ter avaliado as respostas das chamadas células T (células do sistema imunológico), que representam outra variante da resposta imunológica às infecções pelo vírus.

Pfizer – A companhia farmacêutica Pfizer e a empresa alemã Biontech anunciaram nesta quarta-feira, 18, que a vacina que estão produzindo para combater o novo coronavírus tem uma eficácia de 95%, a partir de 28 dias após a aplicação da primeira dose. A eficácia entre adultos acima dos 65 anos, que são grupo de risco, foi de 94%, acrescentaram as empresas, com base em dados da fase 3 de testes, que ocorre em vários países, incluindo o Brasil. “A eficácia foi constante segundo a idade, sexo, raça e etnia”, segundo as empresas.

Elas anunciaram ainda que a vacina contra a Covid-19 é segura, que não houve efeitos colaterais graves e que se preparam para pedir em alguns dias a aprovação de emergência nos Estados Unidos.

Os resultados referem-se a um estudo concluído sobre a vacina, segundo as empresas. Eles serão agora analisados por especialistas independentes e pela agência reguladora de medicamentos e alimentos americana, a Food and Drug Administration – FDA.

O estudo contou com a participação de mais de 43 mil pessoas na Alemanha, no Brasil, nos EUA, na Turquia, na África do Sul e na Argentina. Testes vão continuar a coletar dados quanto à segurança e a eficácia da vacina em voluntários por mais dois anos.

Durante a fase 3 dos testes clínicos foram confirmados 170 casos de infecção entre os mais de 43 mil voluntários, sendo que 162 foram entre voluntários do grupo de placebo, e oito entre os que tomaram a vacina.

“O resultado é um importante passo nessa histórica jornada de oito meses para produzir uma vacina capaz de ajudar a encerrar essa pandemia devastadora”, disse o presidente da Pfizer, Albert Bourla.

As empresas já haviam divulgado dias atrás uma primeira avaliação sobre o desempenho do agente imunológico, quando afirmaram que a eficácia era superior a 90%. Na semana passada, a Pfizer comunicou que está em contato com o governo brasileiro para discutir um possível fornecimento da vacina, que poderia estar disponível já no primeiro trimestre de 2021.

Fonte: Deutsche Welle Brasil

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