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Foto: Gov. SP

Após ultimato do STF, Anvisa libera retomada de testes da vacina Coronavac

Saúde e Ciência

Trabalho havia sido paralisado no início da semana, em decisão polêmica, após voluntário sofrer evento adverso grave que não teve relação com a vacina. Ontem, 10, o ministro Ricardo Lewandowski cobrou explicações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária sobre a suspensão dos testes.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa autorizou na manhã desta quarta, 11, a retomada dos testes clínicos da Coronavac, vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantã.

O estudo havia sido suspenso na segunda-feira, 9, por causa da ocorrência de um evento adverso grave em um dos voluntários. Segundo fontes da pesquisa, o evento foi a morte de um homem de 32 anos, com suicídio como causa provável, e que não teria nenhuma relação com o imunizante.

A Anvisa afirmou que decidiu autorizar a continuidade dos testes após receber novos documentos e informações na terça, 10. De acordo com o órgão federal, compõem esse conjunto de dados a informação sobre a causa do evento adverso, um relatório do comitê independente internacional de monitoramento de segurança sobre o caso e o boletim de ocorrência relacionado à provável motivação do evento adverso.

A agência afirma que não tinha nenhuma dessas informações quando decidiu pela suspensão e que, diante da gravidade do caso e da “precariedade dos dados enviados pelo patrocinador naquele momento”, julgou que a interrupção seria a medida mais adequada.

A versão da Anvisa diverge do Butantã, que informou durante coletiva ontem, que enviou informações detalhadas à agência federal. O ‘evento adverso grave’ citado pela Anvisa, segundo fontes ouvidas pelo Estadão, teria sido o suicídio de um dos voluntários da vacina e o caso não teria nenhuma relação com o imunizante. Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, afirmou que foi enviado por e-mail à Anvisa um relatório completo sobre o caso, assinado pelo médico Esper Kállas, responsável pelo estudo do qual fazia parte o voluntário, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

Por conta de todo imbróglio, o ministro do Supremo Tribunal Federal – STF, Ricardo Lewandowski, abriu prazo de 48 horas para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária apresentar informações sobre a decisão de suspender os testes da vacina.

Briga política – A suspensão gerou polêmica porque o presidente Jair Bolsonaro comemorou a suspensão dos testes. Ontem, Bolsonaro comentou a paralisação dos trabalhos da seguinte forma: “O presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”.

Bolsonaro tem travado embates com o governador de São Paulo, João Doria, por conta da vacina. Doria foi o primeiro governador a anunciar uma parceria para produção de uma vacina contra a Covid-19. Depois, anunciou que a vacinação seria obrigatória, o que gerou respostas ásperas do presidente e o levou a cancelar a compra de 46 milhões de doses do imunizante.

“Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Doria queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la”, afirmou o presidente, sem provas, na mesma publicação.

Fonte: Com Estadão e Jornal de Brasília

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