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Abril Verde: Mês da Prevenção de Acidentes e Doenças de Trabalho

Saúde

A campanha Abril Verde tem como objetivo alertar à sociedade sobre a importância da segurança e saúde no trabalho. A mobilização se faz necessária para reduzir os acidentes e os agravos à saúde no ambiente laboral.

Com o tema “Ambiente de Trabalho Seguro e Saudável não é Privilegio, é Direito”, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde – CNTS chama atenção para a campanha, que tem como objetivo sensibilizar a população para que o movimento permaneça em debate por todo o ano. Já que acidentes de trabalho viraram um problema de saúde pública no Brasil. Infelizmente, o país é considerado um recordista mundial de acidentes de trabalho, com quatro mortes a cada hora e três acidentes de trabalho não fatais a cada minuto. De cada 10 acidentes de trabalho, 1 ocorre na área da saúde, no atendimento hospitalar.

Segundo estudo do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, o Brasil registrou, em 2022, 612,9 mil notificações de acidentes de trabalho. O número de óbitos provocados por esses acidentes chegou a 2,5 mil. A atividade de atendimento hospitalar é o setor com maior número de notificações, que chegam a mais de 59 mil casos. Técnicos de enfermagem foram os profissionais mais acidentados, com 36 mil casos.

Os números apontam que, se considerado o conjunto de ocupações e a totalidade de comunicações de acidentes de trabalho, os profissionais do setor de atendimento hospitalar continuam a ter a maior quantidade de notificações em números absolutos e percentuais nos últimos dois anos.

Com a pandemia, técnicos de enfermagem sofreram a maior quantidade de acidentes notificados em relação a outras ocupações e passaram de 6% entre 2018 e 2019 para 9% no biênio 2020-2021.

Como um todo, a participação da atividade de atendimento hospitalar no total de acidentes notificados cresceu de 11% para 14% no período avaliado. Em números absolutos, o total de notificações de acidentes no setor também cresceu, somando 11% em relação ao biênio anterior.

Gastos previdenciários

De acordo com o observatório, entre 2012 e 2017, a Previdência Social gastou mais de R$ 26,2 bilhões com o pagamento de auxílios-doença, aposentadorias por invalidez, auxílios-acidente e pensões por morte de trabalhadores. Além disso, o país perde, anualmente, 4% do seu Produto Interno Bruto – PIB com gastos decorrentes de “práticas pobres em segurança do trabalho”. Dinheiro que se gasta, dinheiro que deixa de circular na economia, pessoas retiradas abruptamente do mercado de trabalho e, sobretudo, vidas interrompidas e amputadas.

Falta de Prevenção

A legislação é rigorosa ao editar normas reguladoras das condições de trabalho: o que falta, na maioria dos casos, é cumprimento e fiscalização para prevenção de acidentes.

Atualmente, o que temos em nosso país são regras rígidas e 36 NR’s – Normas Regulamentadoras criadas desde 1978 para reger a prevenção de acidentes no ambiente de trabalho. Elas dispõem sobre os equipamentos obrigatórios para a segurança dos colaboradores e até mesmo sobre as condições de iluminação e temperatura exigidas nas empresas.

Aprovada em 2005, a NR 32 é definida como a norma que cuida dos profissionais da área da saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. A norma foi criada para constituir diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção específicas aos trabalhadores do setor.

Ainda assim, não se vê no Brasil uma verdadeira cultura que pregue e dissemine a segurança como essencial para o desempenho das tarefas dos empregados, sendo que muitas vezes nem mesmo os EPI – Equipamentos de Proteção Individual são disponibilizados nas organizações.

É necessária uma mudança radical na ótica do brasileiro no que diz respeito às normas de segurança, estabelecendo real cultura de prevenção de acidentes no trabalho. As atitudes a serem tomadas nos ambientes de trabalho devem ir além dos meros alertas.

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