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Vacinação em Manaus é suspensa após denúncias de fila sendo furada

Imunização

Por decisão conjunta de órgãos de controle, vacinas só voltarão a ser aplicadas após a apresentação de lista de nomes de profissionais que terão acesso à vacina por parte do governo. Na capital do Amazonas foi aberta uma investigação para apurar suspeita de desvio de vacinas após pessoas fora do grupo de risco furar a fila de imunização. Há casos relatados também em Pernambuco, Sergipe e no DF.

A vacinação de profissionais da saúde em Manaus, no Amazonas, foi temporariamente suspensa nesta quinta-feira, 21. Segundo o Ministério Público Estadual – MPE/AM, a decisão foi motivada pela falta de transparência na vacinação e após denúncias de que doses da vacina estavam sendo desviadas para serem aplicadas em pessoas fora do grupo prioritário.

A suspensão da campanha foi definida pelas secretarias de saúde de Manaus e do Amazonas, após uma reunião na noite de quarta-feira, 20, com órgãos de controle do estado: Ministério Público Estadual, do Ministério Público Federal, da Defensoria Pública Estadual, da Defensoria Pública da União e do Ministério Público do Trabalho.

A Secretaria Estadual de Saúde apresentará, até as 13h, a lista dos trabalhadores de saúde que serão vacinados com prioridade, por unidade que preste assistência a pacientes de Covid-19. O Amazonas recebeu 282 mil doses da vacina enviadas pelo Ministério da Saúde. A quantidade é suficiente para atender a 53% do grupo prioritário que compõe a primeira fase da vacinação.

Foi aberta também uma investigação para apurar suspeita de desvio de doses, após fotos circularem na internet mostrando duas irmãs, da família que comanda uma das maiores universidades privadas da cidade, comemorando o fato de terem sido vacinadas. As duas são médicas, mas foram nomeadas em cargos comissionados na Prefeitura de Manaus na véspera e no dia do início da vacinação na cidade.

As médicas são Isabelle Kirk Maddy Lins e Gabrielle Kirk Maddy Lins. As duas são filhas de Andrea Kirk Maddy Lima, casada com Nilton da Costa Lins Júnior, presidente da mantenedora da Universidade Nilton Lins, uma das maiores de Manaus. Na terça-feira, 19, as duas fizeram postagens mostrando o momento em que foram vacinadas. As imagens geraram revolta e questionamentos em relação à suspeita de que poderiam ter furado a fila.

Em nota, a Prefeitura de Manaus negou irregularidades na vacinação das duas médicas. Segundo a nota, as elas foram nomeadas de forma regular e estão atuando “legitimamente”.

Desaparecimento de vacinas – O jornal local da Globo em Manaus, JAM 2, alertou para o desaparecimento de mais 60 mil doses da vacina CoronaVac no estado do Amazonas. O telejornal informou que a soma do total de vacinas distribuídas entre as cidades do estado foi de 221.593. Ainda conforme o jornal, o total recebido pelo estado do ministério da Saúde foi de 282.320 vacinas, o que daria uma diferença de 60.727 vacinas.

A reportagem procurou a Fundação de Vigilância em Saúde e a secretaria de estado da Saúde e até o final da reportagem não obtiveram resposta.

Denúncias de fura filas em outros estados – O Ministério Público está investigando também denúncias flagrantes de pessoas fora do grupo de risco furando a fila de imunização. Há casos que estão sendo investigados pelo Ministério Público em Pernambuco, Sergipe e Distrito Federal.

Em Sergipe, o prefeito do município de Itabi, Júnior de Amynthas, (DEM), de 46 anos, tomou a vacina no lançamento da campanha na cidade. Em rede social, ele justificou o ato como sendo “uma forma de incentivar a população”. O município recebeu 31 doses para a primeira fase de imunização.

Em Pernambuco, a promotoria de Justiça de Jupi, no interior do estado, recebeu a denúncia de que um cidadão, fora do grupo prioritário estabelecido pelo Plano Nacional de Imunização e diretrizes estaduais de vacinação contra a Covid-19, foi vacinado. Foram vacinados, segundo reportagem da Folha de S.Paulo, a secretária municipal de Saúde de Jupi, Maria Nadir Ferro, e o fotógrafo oficial da prefeitura, conhecido como Guilherme JG. O município de Jupi recebeu 136 doses da vacina contra a Covid-19 para aplicar em duas etapas nos profissionais de saúde.

Já o Ministério Público do Distrito Federal – MPDFT cobrou explicações da Secretaria de Saúde sobre servidores que não integram o grupo prioritário de vacinação de Covid-19, mas que acabaram contemplados com a aplicação da Coronavac. O caso ocorreu após servidores administrativos, por exemplo, publicarem nas redes sociais fotos recebendo a Coronavac. Conforme a circular da secretaria, a área administrativa não é grupo prioritário da atual etapa da imunização.

Fonte: om informações do Correio Braziliense, O Globo, Metrópoles e Folha de S.Paulo

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