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Foto: Valdecir Galor/Prefeitura de Curitiba

Seis em cada 10 trabalhadores brasileiros temem perder o emprego, aponta pesquisa

Trabalho e Emprego

Percentual é superior à média mundial, de 54%, e deixa o país entre os dez com maior proporção de trabalhadores que temem perder o emprego. Em contrapartida, 79% dos brasileiros dizem ter expectativa com possível requalificação profissional.

Seis em cada 10 trabalhadores brasileiros temem perder o emprego nos próximos 12 meses. É o que aponta uma pesquisa realizada pelo Ipsos a pedido do Fórum Econômico Mundial – FEM. O levantamento foi realizado com 12 mil trabalhadores em 27 países. Na média, 54% deles manifestaram temer o desemprego. Dentre os 10 países com maior proporção de trabalhadores com este temor, o Brasil ficou na nona posição, empatado com a África do Sul.

A Rússia lidera o ranking com maior proporção de trabalhadores temerosos pelo desemprego – 75%, seguida pela Espanha – 73%. Já a menor proporção foi observada na Suécia – 30% e Alemanha – 26%. No ranking, o Brasil – 63% ficou entre os outros dois países da América do Sul que participaram da pesquisa, abaixo do Chile – 66%, mas acima da Argentina – 60%.

Fausto Augusto Junior, diretor técnico do Dieese, afirma que o medo dos brasileiros de perder o emprego está vinculado à estruturação do mercado de trabalho. “Os países como Brasil e Rússia, que possuem um mercado desestruturado, levam um receio muito grande para seus trabalhadores em relação à perda do emprego”, explicou.

No Brasil, a elevada taxa de desocupação tem aumentado ainda mais desde o início da pandemia. Na penúltima semana de setembro, o Brasil atingiu a marca de 14 milhões de brasileiros sem emprego, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

Automação do emprego – Segundo o especialista do Dieese, o baixo crescimento que já existia mesmo antes da pandemia é um fator importante para explicar o aumento do desemprego, mas os trabalhadores formais também começam a perder espaço com o avanço da tecnologia e automação da mão de obra, processo que pode ter se acelerado nos últimos meses.

“Existe a tecnologia chegando e substituindo a mão de obra dos trabalhadores formais e uma alta vulnerabilidade no setor informal. Tudo isso diante de uma desaceleração econômica com ampliação da taxa de desemprego, o que não permite às pessoas entrarem no mercado de trabalho. Elas passam a viver uma instabilidade grande”, explica o diretor técnico do Dieese.

A pesquisa mostra ainda que o temor pelo desemprego é em parte superado pela expectativa de requalificação profissional, promovida pelo próprio empregador, para atender às novas demandas. No Brasil, 79% dos trabalhadores disseram estar confiantes com a possível requalificação no trabalho.

Fausta acredita que a requalificação é importante, porém, é insuficiente diante do quadro atual. “A qualificação profissional sempre foi vendida como um mecanismo para o trabalhador se reintegrar ao mercado, mas não vemos isso. As pessoas que estão na base da pirâmide estão voltando em condições de maior vulnerabilidade e menos renda”, apontou.

Fonte: Com G1 e Rede Brasil Atual

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