
Instituição de saúde é condenada por discriminação racial contra técnica de enfermagem
Justiça
A 38ª Vara do Trabalho de São Paulo-SP condenou uma instituição filantrópica de serviços de saúde ao pagamento de R$ 15 mil a título de indenização por danos morais a uma técnica de enfermagem vítima de discriminação racial por parte de sua superiora hierárquica e de pacientes.
Testemunhas ouvidas no processo relataram que a supervisora adotava postura autoritária e fazia comentários racistas dirigidos à trabalhadora. Segundo os depoimentos, a chefe chegou a afirmar, em tom de deboche: “olha lá a preta, o paciente não quis ficar com a preta”, além de rir ao ouvir de um paciente que “não queria essa negra”, em referência à autora. Em outro episódio relatado, a profissional foi chamada de “macaca” por uma pessoa internada.
Consta nos autos que a instituição empregadora foi devidamente informada das situações discriminatórias, mas permaneceu omissa, sem adotar qualquer providência para coibir os abusos.
Para o juiz Eduardo Rockenbach Pires, responsável pela sentença, “o tratamento dispensado à autora era absolutamente humilhante e discriminatório”, o que justifica a reparação por danos morais diante da gravidade da conduta e da inércia da empregadora frente às denúncias.