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Foto: Marcelo Seabra/Ag. Pará

Governo Bolsonaro não reservou dinheiro para combater a pandemia em 2021

Coronavírus

A informação consta em relatório do TCU que será analisado pela CPI da Covid, que teve sua instalação adiada para a próxima semana.

desnovelar. A corte descobriu que o governo federal ainda não reservou dinheiro para combater o coronavírus em 2021 e, até março, não havia repassado qualquer recurso para estados e municípios enfrentarem a crise sanitária.

De acordo com reportagem do UOL, o TCU constatou, a partir de dados fornecidos pelo próprio Executivo, que “não constam dotações para as despesas de combate à pandemia” na lei orçamentária de 2021 preparada pelo governo. No ano passado, o Ministério dispunha de R$ 63,7 bilhões para aplicar diretamente em ações contra a crise.

“O Ministério da Saúde dispõe de R$ 20,05 bilhões para aplicação direta [em 2021], porém, R$ 19,9 bilhões estão reservados para despesas relativas à vacinação da população”, afirma o relatório. Nesse caso, restariam R$ 150 mil para o restante. “Tal situação mostra-se preocupante, ainda mais nesse cenário de recrudescimento da contaminação e mortalidade”. Além disso, diz o TCU, a maior parte desses R$ 20,05 bilhões são sobras dos R$ 24,5 bilhões que o país disponha em 2020 para ingressar no consórcio Covax Facility, da OMS [Organização Mundial da Saúde].

“Contudo, foram pagos apenas R$ 2,22 bilhões desse valor em 2020, tendo sido necessária a edição do Decreto 10.595/2021, que reabriu o crédito extraordinário no valor de R$ 19,9 bilhões, permitindo a utilização desse saldo em 2021”, diz o TCU.

O governo ainda distribuiu mais R$ 20,4 bilhões entre os outros ministérios, somando R$ 40,5 bilhões, o equivalente a 6,7% dos R$ 604,7 bilhões disponíveis no ano passado, informa o repórter Wanderley Preite Sobrinho.

Esse dinheiro foi destinado, na época, “principalmente às consequências econômicas da crise”, como auxílio emergencial – R$ 322 bilhões, o programa de redução de salário e jornada e suspensão de contrato – R$ 51,55 bilhões e auxílio a estados, municípios e DF – R$ 79,19 bilhões.

Segundo a reportagem, o Ministério da Saúde se justificou perante o TCU, alegando que “a situação epidemiológica atualmente verificada não era certa em meados de 2020”, quando o orçamento de 2021 foi planejado. O Tribunal respondeu dando 15 dias para que seja incluída dotação para a Covid-19 no orçamento, cuja sanção deve ocorrer até quinta-feira, 22.

“O governo não se preparou para a possibilidade de piora da pandemia, no início de 2021, mesmo diante das experiências de outros países que enfrentavam um aumento no número de casos da Covid-19, após redução de medidas restritivas anteriormente adotadas e do aumento da circulação de pessoas no Brasil, em virtude das festas de fim de ano e do verão”, diz o relatório do TCU.

Fonte: Congresso em Foco e UOL

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