Desemprego fica em 14,1%, a maior taxa para novembro desde 2012
Mercado de Trabalho
No trimestre encerrado em novembro, mais 3,9 milhões de brasileiros entraram no mercado de trabalho, diz IBGE. Mas ainda há 14 milhões em busca de emprego.
A taxa de desemprego no Brasil ficou em 14,1% no trimestre encerrado em novembro, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Pnad Contínua do IBGE, divulgados nesta quinta-feira. É a maior taxa para o período desde 2012, quando foi iniciada a série histórica.
A taxa é levemente menor que registrada no trimestre encerrado em agosto – 14,4%, que serve de base de comparação. O IBGE considera, no entanto, que o índice ficou estável, por ser uma variação muito pequena. Ainda há 14 milhões de brasileiros à procura de uma vaga.
Apesar da taxa de desemprego elevada, a pesquisa traz sinais positivos que indicam alguma recuperação do mercado de trabalho. A dúvida, segundo analistas, é se essa melhora vai se manter diante do aumento de casos de Covid-19 e o recente retorno a medidas restritivas para conter o avanço da doença.
O principal indicador positivo é o crescimento da população ocupada, que foi recorde da série. Houve alta de 4,8% do número de ocupados no trimestre encerrado em novembro, chegando a 85,6 milhões. São 3,9 milhões de pessoas a mais no mercado de trabalho em relação ao trimestre anterior.
“Essa expansão está ligada à volta das pessoas ao mercado que estavam fora por causa do isolamento social e ao aumento do processo de contratação do próprio período do ano, quando há uma tendência natural de crescimento da ocupação”, explica a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.
População fora da força – A pesquisa também apontou que a população fora da força caiu 3,4%, uma retração de 2,7 milhões de pessoas quando comparada com o trimestre anterior. Já em relação ao mesmo período de 2019, o contingente cresceu 17,3%, ou 11,3 milhões de pessoas a mais.
Também houve redução na força de trabalho potencial, que inclui pessoas que não estavam nem ocupadas nem desocupadas, mas que possuíam potencial para se transformar em força de trabalho. Esse grupo caiu 15,8% frente ao trimestre anterior, o que representa uma redução de 2,1 milhões de pessoas.
Subgrupo de pessoas da força de trabalho potencial, os desalentados foram estimados em 5,7 milhões, ficando estável em relação ao último trimestre. Se comparado ao mesmo trimestre do ano anterior, quando havia no país 4,7 milhões de pessoas desalentadas, houve um crescimento de 22,9%.
Comércio abre vagas – O aumento na ocupação foi mais intenso no comércio: mais 854 mil pessoas passaram a trabalhar no setor no trimestre encerrado em novembro. “O comércio foi o setor que mais absorveu as pessoas na ocupação, causando reflexos positivos para o trabalho com carteira no setor privado que, após vários meses de queda, mostra uma reação”, ressalta Adriana.
Outras oito atividades econômicas investigadas pela pesquisa tiveram crescimento de número de ocupados. Na indústria, a alta foi de 4,4%, com ganho de 465 mil trabalhadores empregados no setor. A Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais – 2,6%, ou mais 427 mil pessoas – também se destacaram no aumento da população ocupada.
Houve expansão tanto do emprego informal quando das vagas com carteira assinada. O emprego informal cresceu 11,2% no trimestre, somando agora 9,7 milhões de pessoas.
Já o número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada aumentou 3,1% – 895 mil pessoas a mais – e agora soma 30 milhões. No mesmo período, a categoria dos trabalhadores domésticos aumentou 5,1% e agora é formada por 4,8 milhões de pessoas. Também houve crescimento de 1,4 milhão de pessoas no contingente de trabalhadores por conta própria, que chegou a 22,9 milhões.