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Foto: Divulgação

Brasil tem quase 370 mil escravos modernos

Brasil

País é o 20° colocado entre outros 27 nas Américas, segundo levantamento da Walk Free Foundation, a Coreia do Norte é o país com maior taxa proporcional

Cerca de 40,3 milhões de pessoas em todo o mundo foram submetidas a atividades análogas à escravidão em 2016, segundo o relatório Índice Global de Escravidão 2018, publicado pela fundação Walk Free e apresentado na ONU na quinta-feira, 19. No Brasil, são quase 370 mil pessoas, ou 1,8 a cada mil habitantes. O país é o 20º colocado em uma lista de 27 nas Américas – quanto mais distante do topo, melhor. A escravidão moderna no país é encontrada na confecção de roupas e acessórios, em fazendas de gado, na exploração de cana-de-açúcar, madeira.

No contexto do relatório, o conceito de escravidão moderna abrange um conjunto de conceitos jurídicos específicos, incluindo trabalho forçado, servidão por dívida, casamento forçado, tráfico de seres humanos, escravidão e práticas semelhantes à escravidão.

De acordo com o documento, 71% das vítimas são mulheres, enquanto 29% são homens. Das 40,3 milhões de pessoas afetadas, 15,4 milhões estavam em casamentos forçados, enquanto 24,9 milhões se encontravam em condições de trabalho escravo. A Ásia representa 62% da estimativa global de pessoas em regime de escravidão.

A escravidão moderna é mais comum na Coreia do Norte, onde a estimativa é que uma a cada dez pessoas viva em algum tipo de escravidão moderna, a maioria sendo forçada pelo Estado a trabalhar, ou seja, 104 em cada mil pessoas viviam em tais condições.

Completam o ranking a Eritreia – 93 para mil, o Burundi – 40 para mil, a República Central Africana – 22 para mil, o Afeganistão – 22 para mil, a Mauritânia – 21 para mil, o Sudão do Sul – 20,5 para mil, o Paquistão – 17 para mil, o Camboja – 17 para mil e o Irã – 16 para mil.

Segundo a análise, os países do G20 importam US$ 354 bilhões anualmente em produtos que podem ter em sua cadeia alguma forma de escravidão moderna.

Os cinco produtos mais identificados na indústria de escravidão moderna são laptops, computadores e telefones celulares, roupas e acessórios, peixes, cacau e madeira.

Combate – Apesar do número ainda elevado de escravos modernos, o Brasil é um dos sete do G20 que adotaram ações para combater o problema, afirma a fundação. A organização elogiou a iniciativa adotada no país desde 2005 para prevenir o trabalho escravo, com o pacto nacional pela erradicação do trabalho escravo e a lista suja do trabalho escravo.

Em outubro de 2017, porém, o país foi criticado por organismos internacionais após uma portaria mudar a definição de trabalho escravo, os critérios de autuação e a forma de divulgação da lista suja.

Em dezembro, o governo de Michel Temer teve que recuar, diante da repercussão negativa, a Organização Internacional do Trabalho – OIT foi uma das organizações que criticaram as mudanças. Além do Brasil, também estão atuando para combater a questão Austrália, França, Alemanha, Itália, Reino Unido e Estados Unidos.

Fonte: Com Carta Capital e Folha de São Paulo

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