263
Foto: Arquivo Metrópoles

A irresponsabilidade de Bolsonaro, em plena crise do coronavírus, põe população em risco

Saúde

Com 11 membros de sua comitiva infestados, o presidente descumpre protocolo médico em apoio a manifestações que afrontam a Constituição. E como desgraça pouca é bobagem, Bolsonaro fala que há histeria e extremismo no combate à doença e que isso seria prejudicial à economia e ao país.

O presidente Jair Bolsonaro dá uma banana para a saúde pública em plena crise mundial do coronavírus e ameaça o trabalho do Ministério da Saúde. E o pior de tudo é que nada ou ninguém, na atual conjuntura política, parece capaz de pará-lo antes que seja tarde. Enquanto a pasta de Luiz Henrique Mandetta tenta conduzir o país com alguma serenidade rumo aos dias difíceis que provavelmente virão, o presidente brinca com a saúde da população e ignora todas as recomendações dos profissionais da saúde para que pessoas evitem contato social, a fim de retardar a pandemia.

O auge do delírio autoritário que nos acomete aconteceu neste domingo, 15. Mesmo com a expressa determinação do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde para evitar aglomerações, especialmente no Rio e em São Paulo, o presidente deixou o isolamento no Palácio da Alvorada e junto com o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, Antonio Barra Torres, abraçou manifestantes em meio ao surto do vírus. Bolsonaro esteve exposto à doença. Seu secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten, testou positivo para a covid-19 depois que eles retornaram de uma viagem aos Estados Unidos. Outros 10 membros da comitiva que esteve na viagem testaram positivo para o coronavírus.

O presidente da República torna-se, dessa forma, inimigo do próprio sistema de saúde do país, que tenta explicar às pessoas que elas devem evitar aglomerações a fim de reduzir a velocidade da infecção.

A pasta tenta impedir um tsunami de gente procurando postos e unidades básicas de saúde e hospitais, tornando impossível atender aos afetados pelo Covid-19 e, ao mesmo tempo, cuidar de pacientes de outras doenças e emergências. Se os infectados vierem em “prestações”, o sistema ficará menos sobrecarregado e não será necessário escolher quem será atendido ou não. Ou seja, no limite, quem vive e quem morre.

Bolsonaro prova mais uma vez que pensa somente em si, em sua família e no naco de seus fãs que pertencem à classe mais abastada. Pois se forem infectados, terão o melhor tratamento de saúde do país à sua disposição. Coisa que não vai acontecer com quem depende do SUS, com leitos em número insuficiente para fazer frente à crise.

O coronavírus não tem preferência por pobres ou ricos, mas o Brasil, sim, ostentando um déficit de estrutura de atendimento no sistema público, que é responsabilidade de todos os governos até agora, inclusive o dele.

No Brasil, há pelo menos 200 casos confirmados, mas há expectativa de explosão de casos nos próximos dias. O Ministério da Saúde avisou que se não forem tomadas medidas para restringir o contato social, os casos vão dobrar a cada três dias. O coronavírus já infectou mais de 142,5 mil pessoas e matou 5.393 em todo o mundo.

Não é difícil enquadrar, mais uma vez, a conduta de Bolsonaro como crime de responsabilidade passível de impeachment. Para começar, por ferir a dignidade, a honra e o decoro do cargo, pondo em risco seus governados. Depois, a depender de como evoluir a situação da pandemia no país, ele pode ser acusado de cometer crime contra a segurança interna, estimulando a desobediência a medidas determinadas por órgãos técnicos.

A conduta criminosa de Jair Bolsonaro não acontece só pelo domingo, mas também pela quinta-feira, quando ele, num dos lances mais claramente chavistas deste governo, usou uma cadeia nacional de rádio e TV, ou seja, dinheiro público, para promover e chamar de legítimos os atos que ele participa.

Choca a normalidade com que os demais poderes e a elite do país, inclusive a empresarial e financeira, encara, dia a dia, os ataques à democracia. Parte desses atores é cúmplice confesso desde a campanha. Se há alguma coisa que não existe aqui é surpresa. No máximo, eles reagem com uma declaração de ultraje via Twitter, uma nota de repúdio enviado a uma coluna de jornal, mas sempre reafirmando que as instituições estão funcionando.

O presidente do país não chegou a culpar o dono da Microsoft, Bill Gates, pela chegada do coronavírus no Brasil, como afirmou seu guru, Olavo de Carvalho, mas disse que há histeria e extremismo no combate à doença e que isso seria prejudicial à economia e ao país. Infelizmente, o Brasil tem o primeiro presidente no mundo a chamar uma pandemia mortal de “fantasia”, agora se torna o primeiro ao agir contra o seu combate.

Fonte: Com O Globo, UOL, El País, Estadão e Huffpost Brasil
CNTS

Uma opinião sobre “A irresponsabilidade de Bolsonaro, em plena crise do coronavírus, põe população em risco

  • Chance

    Hello! I know this is kinda off topic but I was wondering if
    you knew where I could locate a captcha plugin for my
    comment form? I’m using the same blog platform as yours and I’m
    having difficulty finding one? Thanks a lot!

    Look at my web-site – coupons for cialis 20 mg

Deixe um comentário para Chance Cancelar resposta

Enviando seu comentário...
Houve um erro ao publicar seu comentário, por favor, tente novamente.
Por favor, confirme que você não é um robô.
Robô detectado. O comentário não pôde ser enviado.
Obrigado por seu comentário. Sua mensagem foi enviada para aprovação e estará disponível em breve.

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *