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Votar é direito e dever da cidadania

Neste domingo, 26 de outubro, os eleitores brasileiros retornam às urnas para a eleição em segundo turno do Presidente da República, tendo como candidatos Dilma Rousseff, do PT, que tenta a reeleição, e Aécio Neves, do PSDB. Em 13 estados e no Distrito Federal também haverá eleição para governadores.

As estatísticas apontam que os índices de abstenção e de votos nulos e brancos vêm crescendo a cada pleito. O dado vem crescendo desde 2006, quando era de 16,75%. Em 2010, 24,6 milhões (18,12%) de eleitores não votaram. Outros 3,4 milhões (3,13%) votaram branco e 6,1 milhões (5,51%) anularam seus votos. A proporção de eleitores que deixou de votar para presidente no primeiro turno das eleições deste ano é a mais alta desde 1998, quando atingiu 21,49%. No total, 27,698 milhões de pessoas, o equivalente a 19,39% do total de eleitores do país, não foram às urnas dia 5 de outubro.

 

Votar é direito e dever da cidadania. É bem verdade que andamos descontentes, descrentes e até envergonhados com grande parte dos nossos representantes nos poderes Executivo e Legislativo. Pelas ações e atitudes vemos que democracia, ética e compromisso com o social não constam ou estão em segundo plano na pauta de seus mandatos. Vemos a prevalência do interesse e satisfação de interesses pessoais em detrimento das causas coletivas, em desrespeito à delegação que lhes foram dadas pelos eleitores.

 

As constantes denúncias de corrupção, o mau uso do dinheiro público, o descrédito nas instituições, o descaso na prestação dos serviços públicos essenciais ao bem estar da população, como saúde, educação, segurança, transporte, moradia, entre outros, também explicam o aumento dos votos nulos e brancos e das abstenções. Os programas eleitorais, quando candidatos usam o tempo para troca de acusações, ou mesmo para prometer aquilo que não podem cumprir, ampliam o descontentamento com a política em geral.

 

São fatores que explicam, mas que não justificam o alijamento do processo eleitoral. Entendemos que as urnas não são os meios para protestar contra o que não nos agrada. A participação nas eleições, com consciência, é de fundamental importância para a efetividade da sociedade democrática e transparente que tanto almejamos. Nossas escolhas nesse único dia vão se refletir na vida de cada cidadão por, pelo menos, quatro anos seguintes.

 

“Ao passar em revista as declarações e esboços de programas de governo dos principais candidatos à Presidência da República notamos que a questão da saúde é muito mencionada, mas de forma superficial. No que concerne, então, aos milhões de trabalhadores do setor parece que nada foi dito de relevante, ou se foi, perdeu-se em meio às agressões entre os participantes”, critica o presidente da CNTS e do SinSaudeSP, José Lião de Almeida, no artigo O que queremos para a saúde dos brasileiros (publicado na íntegra na Agência 472).

 

“Cabe alertar aos senhores candidatos que sem a devida valorização dos profissionais da saúde não haverá como arrumar os desacertos hoje vigentes no SUS. A universalização da saúde foi uma grande conquista da Constituição Cidadã, promulgada em 1988.  No entanto, o avanço é limitado, pois faltou a dotação orçamentária específica para atingir a devida sustentação financeira. Passados 26 anos de sua criação, o sistema ainda se debate entre a crônica escassez de recursos e a má gestão”, ressalta.

 

José Lião lembra que não há registros, nas últimas décadas, de qualquer empenho importante do governo para qualificar e melhorar as condições de trabalho e salários dos anjos de branco que mantém o sistema em funcionamento.

 

“Pode-se tomar como exemplo a grande luta pela redução da jornada de trabalho para a Enfermagem (PL-2295/00). Esta reivindicação, mais do que legítima, tramita há 14 anos na Câmara Federal sem que haja vontade política para aprová-la. As demandas, porém, não param por aí: piso salarial para enfermagem (PL 4924/09); fim da terceirização e trabalho decente na saúde são outras bandeiras de luta, entre muitas que defendemos. Sem a humanização e a valorização do profissional que atende à população nunca teremos saúde de qualidade e é isso que desejamos para todos os brasileiros”.

 

Mais que nunca, precisamos usar das urnas para fazer valer nossos interesses de cidadãos contribuintes e atuantes. As eleições deste ano terão importância estratégica diante da conjuntura econômica que atravessamos. Portanto, os eleitores mais esclarecidos, e aqui incluímos a classe trabalhadora, em especial os dirigentes sindicais, têm de saber escolher e orientar a escolha de candidatos realmente comprometidos com as causas trabalhistas e sociais.

CNTS

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