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União Global dos Enfermeiros aprova pauta contra violência às enfermeiras

A violência laboral contra enfermeiros, que atinge apenas no Estado de São Paulo 75% dos profissionais segundo levantamento do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo – Coren-SP e do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo – Cremesp, foi tema de debate da reunião anual da União Global de Enfermeiros – Global Nurses United, realizado em 1º de dezembro, em Quebec, no Canadá. O evento é realizado anualmente e reúne representantes de 17 países, incluindo América Latina, Europa e Estados Unidos. O objetivo é alertar a sociedade sobre a realidade vivenciada em todo o mundo e para ajudar no combate os atos cometidos.

A CNTS tem denunciado os recorrentes casos de agressões que atingem os trabalhadores da área de saúde, mas principalmente, profissionais da enfermagem. São várias as denúncias levadas às entidades sindicais e de classe representativas da categoria, que informam da violência sofrida por parte de chefias, pacientes e de seus familiares que, descontentes com as falhas na assistência, como a falta de profissionais, de equipamentos e de remédios, descontam sua revolta nos trabalhadores.

A insegurança decorre, também, por conta do atendimento a pacientes dependentes químicos, com problemas psiquiátricos ou criminosos, às vezes perseguidos e atacados no interior dos hospitais. Os registros mais comuns são os de violência verbal, seguidos de agressão psicológica e, por fim, física. E a maioria dos casos de violência ocorrem no Sistema Único de Saúde – SUS.

Os enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem representam cerca de 70% do quadro de profissionais e são responsáveis por 60% das ações de saúde em uma instituição hospitalar. Os profissionais da enfermagem são submetidos a jornada de trabalho exaustiva, desumana, que causa cansaço e estresse, diminui a produtividade e a qualidade de vida. E são os que ficam mais tempo junto dos doentes e seus familiares, ficando mais vulneráveis a agressões.

A questão de gênero também tem grande peso na violência contra profissionais da saúde, como apontam o Conselho Regional de Medicina – CRM-PR e o Conselho Regional de Enfermagem – Coren-PR.  Já que entre auxiliares de enfermagem, técnicos e enfermeiros, as mulheres representam 87% dos profissionais, com idade média entre 36 e 50 anos. Nas faculdades também já são a maioria.

Diante dos dados crescentes, a CNTS sugeriu ao deputado Paulo Fernando dos Santos – Paulão (PT-AL), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, e ao senador Paulo Paim (PT/RS), vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, a realização de audiência pública para discutir a grave questão da violência moral e física sofrida pelos trabalhadores da saúde. Os colegiados aprovaram os requerimentos das audiências, mas ainda não há data prevista. 

 







CNTS

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