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União dos trabalhadores na luta pelo fortalecimento do SUS

José Lião de Almeida*

As declarações sobre a revisão do tamanho do SUS, feitas pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, mostram a falta de habilidade política para tratar do assunto e colocam em dúvida a sua capacidade para gerenciar uma pasta tão importante. O Brasil tem hoje o maior sistema público de saúde do mundo, instituído pela Constituição de 1988. Esta foi uma importante conquista da sociedade brasileira e, principalmente, dos trabalhadores. Ao longo do tempo o funcionamento do sistema se apresentou como um dos grandes desafios do governo.

Certamente que existem falhas nessa rede que se estende por todo o país e atende, em sua maioria, aposentados e pessoas carentes de baixa renda. Estima-se que cerca de um terço da população tenha plano de saúde. A má gestão e o subfinanciamento são dois itens apontados como causas primárias das falhas no funcionamento do SUS. Por que, então, ao invés de falar de retirada de direitos, o ministro não tocou nesses dois pontos?

Com vontade política é possível melhorar a gestão e com isso atenuar o subfinanciamento. Mas parece que isso exige demais da autoridade escolhida para gerir os recursos da Saúde. É mais simples falar em corte de direitos do que arregaçar as mangas e atacar o problema.

Estudos do Conselho Federal de Medicina – CFM indicam que foram perdidos cerca de 24 mil leitos de internação nos últimos cinco anos em nosso país. Segundo especialistas, a insuficiência de leitos para internação  aumenta o tempo de permanência na emergência, o que agrava o risco de infecções e eleva o custo por paciente. São inúmeras as questões a ser abordadas com olhar crítico e que merecem ações efetivas da autoridade pública. 

Apesar das falhas, inúmeros programas do SUS, como as campanhas contra a AIDS e Hepatites, têm obtido ótimos resultados e até serviram de modelo para outros países. Milhões de brasileiros são beneficiados diariamente por esses e outros programas. Por isso mesmo conclamamos a todos a prosseguir nessa luta pelo fortalecimento do SUS e pela valorização dos trabalhadores da saúde. Saúde universal, integral e com dignidade para todos!

*Presidente da CNTS e do SinSaudeSP 

CNTS

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