Uma mulher é agredida a cada sete minutos no Brasil, aponta estudo

Dia 25 de novembro é o Dia Internacional de Combate à Violência Contra as Mulheres. É um dia de conscientização, luta e mobilização. Os números acerca da violência praticada contra as mulheres são alarmantes, nos dez primeiros meses do ano de 2015, o país registrou 63.090 relatos de agressões – e 58,55% são contra as mulheres negras. Os dados são da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República – SPM-PR, a partir de balanço dos relatos recebidos pelo Disque 180.

Os dados mostram ainda que, entre os relatos de violência, 86% corresponderam a situações em ambiente doméstico e familiar. Na maioria dos relatos, foram cometidas por homens com os quais as vítimas tinham ou já tiveram algum vínculo afetivo, como cônjuges, namorados, ex-cônjuges ou ex-namorados. Em cerca de 27% dos casos, o agressor era um familiar, amigo, vizinho ou conhecido.

A situação é ainda mais preocupante em relação às mulheres negras, o número de mortes aumentou 54% em dez anos, passando de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013. Na mesma época, a quantidade de homicídios de mulheres brancas caiu 9,8%, de 1.747 para 1.576.

Dados relativos ao carnaval de 2016 mostram que os relatos de violência contra a mulher quase triplicaram neste período, em relação ao período equivalente no ano passado. Um total de 3.174 mulheres telefonou para o Disque 180 entre 1º e 9 de fevereiro deste ano, enquanto que no feriado de 2015 foram 1.158. Repetindo a tendência das outras épocas do ano, o tipo de violência mais comum foi a física, relatada em 1.901 casos, seguida pela psicológica.

O tema violência doméstica constou nas pautas da CNTS durante o ano de 2016. Os dirigentes da entidade apontaram a urgência, diante dos índices crescentes e lançaram a campanha de combate ao crime, com a divulgação da cartilha Violência Doméstica: Convivendo com o agressor e debate em parceria com federações e sindicatos da base, sobre as formas da violência, suas consequências, prevenção e denúncia.

A Dra. Valeska Zanello, graduada e doutora em Psicologia pela UnB, relatou que 50% da violência doméstica são classificadas como violência psicológica, que é uma violação de direitos humanos e merece a atuação protetiva dos profissionais de saúde e de responsabilização do sistema de justiça. “A violência psicológica causa tanto dano quanto a violência física ou às vezes chega a ser maior”, conclui a psicóloga

O assunto é tão sério que no ano passado, o tema da redação do Exame Nacional de Ensino Médio – Enem foi a violência contra a mulher. A proposta foi comemorada por movimentos ligados à promoção dos direitos das mulheres.

(Com o jornal O Estado de São Paulo) 

CNTS

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