Tem início, em Brasília, a oficina regional Centro-Oeste e Norte: Financiamento e 25 anos do SUS
O pesquisador da Fiocruz José Noronha abriu, nessa última sexta (25), a Oficina Regional Centro–Oeste e Norte sobre Financiamento e 25 Anos do SUS com uma verdadeira aula sobre a Reforma Sanitária Brasileira.
Ele resumiu o caminho histórico e as lutas pela saúde pública a partir dos anos 70, em plena ditadura militar, quando – tendo como diretrizes políticas sociais, saúde como direito, participação social – atores importantes como movimentos de bairros, sindicatos, grupos acadêmicos, médicos e profissionais de saúde e mesmo os partidos políticos assumiram a agenda da saúde pública no Brasil.
Noronha destacou que aquele era um momento em que a agenda geral consistia da luta pelas Diretas Já, pela instalação da assembleia constituinte e pelo movimento da anistia.
A partir da instalação da Assembleia Nacional Constituinte e da inserção, na nova Constituição, do Sistema Único de Saúde – resultado da 8ª Conferência Nacional de Saúde -, esperava-se que todo o sistema de saúde fosse governamental, mas o pesquisador chamou a atenção para a curiosidade de que, já no governo Collor, quando o artigo da Constituição que instituía o SUS foi regulamentado, deixou-se uma porta aberta para a entrada dos Planos de Saúde.
O pesquisador fez um amplo balanço dos avanços e problemas do Sistema, apontando, principalmente, saídas para os gargalos hoje existentes, que passam pelo financiamento adequado da saúde no Brasil.
Homenagem – Durante a solenidade de abertura da oficina, dedicou-se uma homenagem póstuma ao ex-conselheiro Gilson Carvalho, falecido em 3 de julho deste ano.
Carvalho era médico pediatra e especialista em saúde pública e foi conselheiro nacional, membro da comissão de financiamento do CNS e um dos formuladores do debate sobre financiamento da saúde.
As oficinas regionais sobre financiamento e 25 anos do SUS têm por objetivos resgatar o processo histórico dos 25 anos do SUS, com a divulgação e sensibilização dos diversos atores regionais do controle social na saúde e um amplo debate sobre o projeto Saúde + 10, defendido pelo Conselho Nacional de saúde e sua inserção na XV Conferência Nacional de Saúde. (Fonte: CNS)