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Foto: Ingrid Anne/Fotos Públicas

Taxa de transmissão da Covid-19 no Brasil é a maior desde maio, aponta Imperial College

Coronavírus

Segundo estimativa, índice está em 1,30, o que significa que cada 100 pessoas contaminadas transmitem a doença para outras 130; pesquisadores brasileiros calculam Rt em 1,17, puxado por SP, RN, PR, SC, Ac e RJ.

A taxa de transmissão (Rt) do novo coronavírus para esta semana no Brasil é a maior desde maio, aponta monitoramento do Imperial College de Londres, no Reino Unido. A atualização da estimativa foi divulgada nesta terça-feira, 24, e se refere à semana que começou na segunda.

O relatório mostra que o índice está em 1,30. Isso significa que cada 100 pessoas contaminadas transmitem o vírus para outras 130 pessoas. Pela margem de erro das estatísticas, essa taxa pode ser maior – Rt de até 1,45 – ou menor – Rt de 0,86. Nesses cenários, cada 100 pessoas com o vírus infectariam outras 145 ou 86, respectivamente. A última vez que a taxa de transmissão no Brasil esteve tão alta foi na semana de 24 de maio, quando atingiu 1,31.

Simbolizado por Rt, o “ritmo de contágio” é um número que traduz o potencial de propagação de um vírus: quando ele é superior a 1, cada infectado transmite a doença para mais de uma pessoa e a doença avança. Depois de ficar abaixo de 1 por cinco semanas seguidas – entre o final de setembro e o final de outubro –, a taxa no Brasil voltou a ficar acima de 1 no início de novembro.

Há duas semanas, o número ficou em 0,68, o menor valor desde abril – mas a data coincide com o apagão de dados que atrasou a atualização de casos e mortes por Covid-19 pelo Ministério da Saúde. Como o Rt também considera esses dados, isso afeta as estimativas.

Instituições brasileiras também monitoram a taxa de transmissão do país, avaliando também por estados. O Observatório de Síndromes Respiratórias da Universidade Federal da Paraíba, por exemplo, atualizado na segunda, mostra a média móvel da taxa de transmissão no país em 1,17, abaixo dos 1,30 indicados pelo Imperial College.

A Rt média mais alta é de São Paulo – 1,32, seguida por Rio Grande do Norte – 1,30, Paraná – 1,28, Santa Catarina – 1,25, Acre – 1,24 e Rio de Janeiro –1,23.

A média móvel de Rt ainda está abaixo de 1, ou seja, a transmissão do vírus ainda em queda nos estados de Roraima – 0,92, Piauí – 0,93, Maranhão – 0,98 e Goiás – 0,98.

Cientistas da Universidade de São Paulo – USP e da Universidade Estadual Paulista – Unesp calcularam, para esta semana, um Rt de 1,64 para o estado de São Paulo. Eles preveem um provável aumento no número de infectados no estado. Dados da Secretaria de Saúde do estado mostram que as internações por Covid-19 voltaram a crescer na última semana – com um aumento de 17% nas internações entre os dias 15 e 21 de novembro. O crescimento veio mesmo após aumento de 18% na semana anterior, de 8 a 14 de novembro.

Segunda onda – Na segunda-feira 23, pesquisadores brasileiros divulgaram uma nota técnica na qual, baseados em dados da pandemia do novo coronavírus no Brasil, afirmam que o país vive o “início de uma 2ª onda”. Eles apontaram ao menos três fatores para o “aumento explosivo” ou “manutenção da grande circulação do vírus”: falta de “testagem sistemática com rastreamento de casos”; falta de uma “política central coordenada, clara e eficaz de enfrentamento da situação” e “afrouxamento das medidas de isolamento sem evidências empíricas, sem uma análise cuidadosa por um painel de especialistas”.

O Brasil tinha 169.541 mortes por coronavírus confirmadas até as 8h desta terça-feira, 24, segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde. O número é o segundo maior do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Além da estimativa do Imperial College de Londres, pesquisadores brasileiros também monitoram o Rt.

Fonte: O Globo
CNTS

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