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Sem reforma da Previdência, Meirelles ameaça com aumento de impostos

Após fracassar com a reforma da Previdência, a principal meta legislativa de Michel Temer, o governo continua com arsenal de chantagens contra o trabalhador. Desta vez, o brasileiro poderá ser obrigado a conviver com “aumentos brutais” de impostos no futuro se a reforma previdenciária não for aprovada. A ameaça do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, veio em entrevista a José Luiz Datena na Rádio Bandeirantes, na quarta-feira, 21.

Portanto, o governo federal começa a lançar mão de uma estratégia recorrente quando não consegue realizar o ajuste fiscal pelo lado da despesa, e mira na receita, ou seja, com o aumento de impostos. Mesmo sem ter anunciado oficialmente a elevação da carga tributária, a equipe econômica já sinaliza que essa medida será inevitável.

“A Previdência não pode quebrar. Já aconteceu em diversos países, e está perto de acontecer no Brasil. Portanto, estamos trabalhando para garantir que todos os brasileiros tenham direito à aposentadoria e que não haja aumento de impostos no Brasil e, se demorar muito tempo, aumentos brutais de impostos”, declarou, descartando que isso vá acontecer neste ano.

Além de Meirelles, que comentou que a reforma não está “sepultada”, mas sim “suspensa” até terminar a intervenção federal no Rio, quem também já deu indicativos de que o governo Temer não vê outro caminho para amenizar o rombo bilionário das contas públicas que não seja mexendo nas alíquotas de tributos foi a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi. Segundo ela, a reforma da Previdência não só é a medida mais importante do ajuste fiscal como representa uma alternativa para o país evitar a alta de impostos.

Parte desses aumentos já pode vir, segundo analistas, com duas das 15 pautas prioritárias anunciadas pelo governo: a redução da desoneração da folha de pagamentos e a reforma do PIS/Cofins. Medidas consideradas prejudiciais para o Brasil continuar a sua trajetória de crescimento.

A desoneração está prevista para ser votada a partir da próxima semana, segundo informou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Já a reforma do PIS/Cofins não tem data. Para especialistas, a prometida simplificação desses dois tributos virá acompanhada de aumento de alíquota.

Em entrevista à Gazeta do Povo, Alexandre Fiorot, diretor regional do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário – IBPT, frisou que a expansão de impostos irá impactar companhias e consumidores. “Em um país de economia ainda fragilizada, a alta da carga tributária prejudica empresas, que perdem vendas porque seus preços acabam aumentando e a população não consegue pagar mais caro. Isso gera um efeito cascata, com queda na produção, menos empregos e o consumidor gastando menos”.

Já o professor de Finanças do Ibmec Brasília, Marcos Melo, ressaltou que não há espaço para mais tributos no país, visto que o Brasil está entre as nações que mais pagam impostos no mundo. Segundo dados do IBPT, a carga tributária brasileira corresponde a cerca de 35% do PIB. (Com Gazeta do Povo, Band e O Tempo)

CNTS

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