Saúde+10 pode ser votado no Congresso
Nas próximas sessões os deputados têm missão importante antes do final da atual Legislatura. Estará em jogo a sobrevivência do Projeto de Lei de Iniciativa Popular, o Saúde + 10, assinado por três milhões de brasileiros, que visa obrigar a União a investir mais recursos na saúde pública. O projeto está afinado com o movimento iniciado em junho do ano passado, quando milhões de cidadãos saíram às ruas para protestar contra a corrupção, o alto custo dos estádios da Copa do Mundo e, principalmente, a péssima qualidade dos serviços públicos oferecidos à população.
O plenário vai terminar de votar a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 358/2013, sobre o Orçamento Impositivo. O texto base foi aprovado no primeiro semestre e obriga a execução orçamentária e financeira de emendas parlamentares no valor total de até 1,2% das Receitas Correntes Líquidas (RCL) realizadas no ano anterior. Restam, porém, dois Destaques para Votação em Separado (DVSs).
Um deles, apresentado pelo PCdoB, visa manter fora do texto o artigo 3º. Ele diz que as despesas com ações e serviços públicos de saúde custeados com a parcela da União oriunda da participação no resultado ou da compensação financeira pela exploração de petróleo e gás natural, serão computadas no piso constitucional da saúde. Esses recursos do petróleo precisam ser adicionais ao Orçamento e não integrar o piso constitucional. Por isso, esse texto deve cair.
O DVS mais importante, apresentado pelo DEM, visa garantir a sobrevivência do Saúde + 10. Retira a proposta incluída pelo governo no Senado com um novo piso constitucional da saúde e que enterra o Projeto de Lei de Iniciativa Popular.
O que o governo fez foi incluir, de contrabando na PEC 358, uma nova sistemática de financiamento da saúde pública, estabelecendo que a União deva investir o equivalente a 15% das Receitas Correntes Líquidas na saúde em cinco anos.
Na prática, a proposta do Governo só acrescenta R$ 2,3 bilhões em dinheiro novo na saúde em 2015 e R$ 64 bilhões em cinco anos, enquanto o Projeto de Lei de Iniciativa Popular, que o Governo se empenha em sepultar, prevê R$ 50 bilhões em 2015 e R$ 257 bilhões em cinco anos. (Fonte: Folha de S. Paulo)