RS: Técnicos em enfermagem do Hospital São Vicente de Paulo decidem por greve
Os técnicos em enfermagem do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo – RS, que é referência no estado, decidiram em assembleia realizada nessa última quinta-feira (23), que entrarão em greve a partir desta segunda-feira (27). Entre as principais reivindicações estão: reajuste salarial de 25%, diferente da proposta feita pela direção do Hospital de 8,35%; diminuição da carga horária de trabalho; plano de saúde; adicional insalubridade sobre salário-base e vale-alimentação.
Para a presidente do SindSaúde de Passo Fundo e região, Terezinha Perissinotto, esta mobilização dos trabalhadores do HSVP englobará todos os outros técnicos de enfermagem da região. “Esta greve que realizaremos na segunda-feira é de extrema importância para a categoria, inclusive, se houver avanços para os trabalhadores do Hospital São Vicente de Paulo, de certa forma resultará também em desdobramentos para os outros hospitais. Portanto, neste momento é importante a categoria se manter unida”.
Ainda de acordo com Terezinha, atender às reivindicações da categoria é demonstrar respeito pelo trabalhador da saúde. “O hospital atualmente gastou 9 milhões de reais na compra de um terreno para construir um centro de referência em oncologia. Se pode fazer tal investimento, pode atender às reivindicações dos técnicos de enfermagem”.
Hospital é reconhecido, os trabalhadores, não
Os maiores afetados com a desvalorização dos técnicos, segundo a presidente do SindSaúde, são os usuários do sistema, já que a região conta com poucos especialistas e os que trabalham na área começam a escolher outras profissões.
“Os trabalhadores querem que o salário chegue a R$1500 reais. Atualmente, é de R$1246. Com esse salário-base, os profissionais estão migrando para outras profissões. Tem funcionários que passaram a trabalhar como babá para ganhar R$1700 e de pedreiro para ganhar R$3000”, destaca a sindicalista.
Redução de jornada
Terezinha ainda destaca que os profissionais trabalham horas a mais do que seria ideal. “Todos os trabalhadores realizam plantão ou no sábado ou no domingo, toda semana”, afirma a presidenta. Atualmente os profissionais trabalham 42 horas semanais e a pauta construída pelo sindicato aponta para o cumprimento de uma jornada de trabalho de 36 horas semanais. “Estamos pedindo menos do que as 30 horas que seria o ideal, mas já melhoraria muito”.
Pressão e aguardo de resposta
A categoria denuncia intimidações aos funcionários. Segundo a dirigente, alguns profissionais relatam pressão para não aderirem a greve, sob pena de perder emprego. “Deixamos claro que até quinta-feira (23) queríamos um retorno”, finaliza Perissinotto.
A administração do Hospital São Vicente de Paulo não se pronunciou até a publicação desta matéria. (com CUT)
Fellype Sales
Assessoria de Imprensa CNTS