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Quase 70% dos profissionais da saúde não receberam treinamento para Covid-19

Saúde

Levantamento da ISP realizado com mais de mil trabalhadores da saúde e de serviços essenciais aponta que capacitação está limitada aos gestores.

Cerca de 70% dos trabalhadores da área da saúde no Brasil não receberam treinamento para atender pacientes com suspeita de coronavírus, o que envolve cuidados pessoais e protocolos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa e da Organização Mundial da Saúde – OMS. O dado é de levantamento feito pela Internacional dos Serviços Públicos – ISP, no âmbito da campanha “Trabalhadoras e Trabalhadores Protegidos Salvam Vidas”, da mesma entidade, que tem por objetivo ajudar sindicatos do mundo todo a evitar a precarização do trabalho de profissionais de áreas essenciais.

O estudo mostra que apenas 30% dos profissionais de saúde receberam algum tipo de capacitação. “O que eles têm falado para nós é que a capacitação para o atendimento a pacientes com suspeita de coronavírus ou com confirmação está nos gestores ainda, ou seja, ainda está no nível de gestão, ainda não chegou para quem está na ponta dos serviços, atendendo à população”, afirma Denise Motta Dau, secretária sub-regional da ISP.

Das respostas coletadas, 84% são de trabalhadores da saúde, sendo 34% de enfermeiros, categoria de maior participação na iniciativa até o momento. E 55% dos participantes afirmaram passar por sofrimento psicológico neste momento, inclusive, 10% têm tido mais de 12 horas diárias de jornada de trabalho. Veja o relatório da pesquisa, clicando aqui.

No último dia de março, a ISP lançou a campanha “Trabalhadoras e Trabalhadores Protegidos Salvam Vidas”, com o objetivo de proteger profissionais que estão trabalhando neste período, possibilitando o isolamento social da população em meio à pandemia de Covid-19. A ação tem como um dos eixos de atuação a aplicação de questionário entre trabalhadores como forma de recolher informações importantes para reivindicar a garantia de condições dignas de trabalho para serviços essenciais, como saúde, assistência social, ensino e pesquisa, segurança, sistema prisional, judiciário, limpeza, coleta de resíduos sólidos, funerárias e cemitérios, água e saneamento, energia, fisco e tributação, entre outras atividades, abrangendo os setores municipais, estaduais e federal.

Foram 1.025 questionários respondidos de forma voluntária, abarcando diversos estados brasileiros. São Paulo foi a unidade da federação de maior participação até o momento, seguido do Ceará e do Rio de Janeiro. A maioria dos trabalhadores, cerca de 67%, por exemplo, tem luva no local de trabalho, e 73% têm álcool em gel, ou seja, a maioria tem álcool em gel e máscara. Agora em 11% dos locais não há nenhum tipo de EPI.

Em 51% dos locais há máscara, isso significa que 49% desses locais não tem nem máscara. Agora, 67% responderam que a quantidade desses EPIs fornecidos não é suficiente, diante de 33% que disseram que é suficiente. Essas informações somadas às dificuldades de acesso aos testes de cononavírus colocam em risco também a população que pode ser contaminada.

Campanha para salvar vidas – A divulgação dos resultados não encerrará o período de envio do questionário, que leva menos de cinco minutos para ser preenchido. A secretária sub-regional da ISP querer saber sobre as reais condições de trabalho dos profissionais: como está a jornada de trabalho, se teve capacitação para uso de EPI, se no local de trabalho há testagem para o novo coronavírus. Continue participando da campanha, clicando aqui.

A campanha conta com participação de entidades filiadas e não filiadas, como federações nacionais de psicólogos, assistentes sociais e nutricionistas. A CNTS, filiada à ISP, participa da campanha e reforça seu compromisso na luta pela proteção dos profissionais da saúde e de serviços essenciais.

Fonte: Com ISP e Brasil de Fato
CNTS

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