Profissionais de saúde e cientistas repudiam nota técnica do MS que defende eficácia da cloroquina
Saúde
Petição online já ultrapassou 60 mil assinaturas; requerentes pedem por adoção de normas que barrariam “kit covid”.
Mais de 60 mil pessoas assinaram a carta de repúdio à nota técnica do Ministério da Saúde que defende o uso da cloroquina no tratamento contra Covid-19 e questiona a segurança das vacinas. O manifesto, assinado por profissionais de saúde, docentes e diversos pesquisadores brasileiros, pede com urgência a adoção das normas que barrariam o “Kit Covid” aprovadas em dois turnos pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema de Saúde – Conitec. Uma das recomendações da comissão era a rejeição ao “kit Covid” a pacientes em tratamento ambulatorial. Como o documento barra as diretrizes sugeridas, o país continua sem uma recomendação oficial de como tratar os pacientes com a doença e mantém a decisão na mão de cada médico.
A carta faz duras críticas ao documento assinado pelo secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde da pasta da Saúde, Hélio Angotti Neto. “Nos sentimos perplexos quando lemos a vasta lista de estultices apresentada pela nota técnica. É espantoso que o Ministério da Saúde recuse normas propostas elaboradas por um grupo de pesquisadores, convocados pelo próprio Ministério, criando uma situação sem precedentes em nosso país”, diz o manifesto.
A carta afirma que, ao publicar a nota técnica, a pasta da Saúde “transgride não somente os princípios da boa ciência, mas avança a passos largos para consolidar a prática sistemática de destruição de todo um sistema de saúde”. O abaixo-assinado está disponível para todos, para acessar, clique aqui.
Ineficácia comprovada – Ao longo de quase dois anos de pandemia, a hidroxicloroquina, cloroquina, ivermectina, medicamentos do “kit Covid” foram rejeitados repetidas vezes pela comunidade científica brasileira no tratamento contra a doença e órgãos internacionais, como o Food and Drug Administration dos Estados Unidos – FDA e a Agência Europeia de Medicamentos – EMA, também descartam a eficácia dos medicamentos.