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Profissionais da enfermagem convocam atos para denunciar abusos de hospitais no Maranhão

Sindicatos de Base

O Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem e Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde do Estado do Maranhão – Sindsaúde-MA promove nesta quinta-feira, 4, atos na porta do Hospital São Domingos e do Hospital UDI no sentido de denunciar à população, principalmente aos usuários dos planos de saúde, as práticas abusivas cometidas pelos hospitais particulares contra os trabalhadores da saúde.

O Sindsaúde recebeu diversas denúncias de profissionais da enfermagem de que estes centros hospitalares têm cometido abuso, assédio moral, pressão psicológica e exploração de mão de obra contra os trabalhadores da saúde em plena pandemia do coronavírus

Tanto o São Domingos quanto o UDI (Rede D’Or), valendo-se da Medida Provisória – MP 936/2020, editada pelo governo Bolsonaro, estão obrigando os profissionais de enfermagem a assinarem acordos prejudiciais, que alteram as suas jornadas de trabalho para pior, sob ameaças veladas de demissão. A malfadada MP permite redução salarial e a suspensão de contratos de trabalho mediante acordo individual, sem a participação dos sindicatos. Com isso, basta que o trabalhador, coagido, assine para que a nova jornada prejudicial passe a valer, o deixando a mercê da ganância da classe patronal.

Vale ressaltar que as profissionais mais antigas têm o direito adquirido a uma jornada mais benéfica de 12×48 ou 12×60, com períodos mais longos de folga, o que diminui o risco de contrair o coronavírus.

Porém, esses hospitais – ignorando a lei, a convenção coletiva e a saúde de seus empregados – estão impondo a essas profissionais jornadas massacrantes de 12×36, aumentando a exposição ao vírus, bem como o perigo de contágio por esse agente biológico letal.

“A pressão psicológica e a coação para que os trabalhadores assinem esse acordo lesivo têm sido muito grande, o que tem gerado revolta e insatisfação na categoria, que além de conviver com o receio da Covid-19, agora, convive com o medo da demissão, o que é inadmissível. Não vamos admitir esses ataques do São Domingos e do UDI”, afirmou a presidente do Sindsaúde, Dulce Mary Sarmento.

De acordo com a dirigente sindical, em vez de retirar direitos dos trabalhadores, esses hospitais deveriam assegurar condições dignas de trabalho, além de jornadas e salários justos, ainda mais em meio a esta pandemia. “Infelizmente, porém, mesmo durante essa crise, os dois grandes impérios da saúde no Maranhão, só pensam no lucro e não nos seus funcionários e familiares. Enquanto o mundo aplaude os profissionais da enfermagem, o São Domingos e o UDI exploram e maltratam seus empregados”, criticou Mary.

A vice-presidente do Sindicato, Lucimary Santos, ressalta que “uma jornada nessa proporção causaria colapso na saúde dos trabalhadores. Essa jornada causa adoecimentos e danos irreparáveis, tanto para profissionais quanto para os pacientes, que sentirão o reflexo desse atendimento”, destaca.

Atos públicos – O Sindisaúde e o Sintaema convocam todos os trabalhadores para participarem dos atos que serão realizados nesta quinta-feira, 04, às 7h, em frente ao Hospital São Domingos, e às 11h, em frente ao UDI, respeitando, obviamente, as regras sanitárias para a segurança de todos. Além de denunciar os abusos cometidos pelas redes hospitalares, o objetivo do ato é impedir ataques aos profissionais de saúde e, sobretudo, garantir a manutenção da jornada de trabalho mais benéfica aos profissionais da enfermagem.

CNTS

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