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Foto: Mário Oliveira/Semcom

PGR pede que MPs locais investiguem invasão a hospitais

Política

Ações que ocorreram em pelo menos três estados revelam ameaças e agressões aos profissionais de saúde que atuam no combate à Covid-19.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu às unidades do Ministério Público que apurem denúncias de invasão a hospitais e de ameaças aos profissionais da saúde durante a pandemia do coronavírus. Mas a decisão de apurar ou não os episódios será do MP estadual. A PGR em si não vai conduzir nenhuma investigação, porque não identificou nenhum invasor com foro privilegiado nos tribunais superiores, nem vai analisar a conduta do presidente Jair Bolsonaro.

Na quinta-feira, 11, o presidente da República pediu a apoiadores que “arranjem” um jeito de entrar em hospitais públicos ou de campanha que atendam pacientes com a Covid-19 para filmarem o interior das instalações.

O ofício do procurador-geral da República está sendo enviado para locais onde houve relatos de invasão ou tentativa. Entre os lugares para os quais já foi encaminhado estão São Paulo, Espírito Santo e Distrito Federal. Segundo Aras, “condutas dessa natureza colocam em risco a integridade física dos valorosos profissionais que se dedicam, de forma obstinada, a reverter uma crise sanitária sem precedentes na história do país”.

Conforme os ofícios, os episódios de invasão narrados pela imprensa, são graves e podem ensejar, em tese, a responsabilidade criminal dos autores. Por isso, Augusto Aras solicitou que o respectivo procurador-geral de Justiça distribua o documento como notícia-crime, de acordo com as regras da unidade, para que o promotor natural adote as medidas que compreender necessárias.

O ministro do Supremo Tribunal Federal – STF, Gilmar Mendes, criticou os episódios em uma rede social e cobrou a apuração do caso. “Invadir hospitais é crime – estimular também. O Ministério Público (a PGR e os MPs Estaduais) devem atuar imediatamente. É vergonhoso – para não dizer ridículo – que agentes públicos se prestem a alimentar teorias da conspiração, colocando em risco a saúde pública”, disse o ministro.

Bolsonaro pediu filmagens – A crise do coronavírus vem provocando superlotação em hospitais pelo país, com falta de leitos para atender aos doentes nas Unidades de Terapia Intensiva – UTIs.

Na quinta-feira, 11, o presidente Jair Bolsonaro incentivou pessoas a entrar em hospitais públicos ou de campanha que tratam da Covid-19 para filmar o interior das instalações a fim de constatar se há leitos desocupados.

Bolsonaro afirmou, numa transmissão em redes sociais: “Seria bom você fazer na ponta da linha. Tem hospital de campanha perto de você, hospital público, arranja uma maneira de entrar e filmar. Muita gente está fazendo isso e mais gente tem que fazer para mostrar se os leitos estão ocupados ou não, se os gastos são compatíveis ou não. Isso nos ajuda”.

Fonte: Com Agência Brasil e O Globo
CNTS

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