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Para Pochmann, Brasil caminha em direção à redução da jornada de trabalho

O economista Marcio Pochmann afirma que nos últimos 12 anos houve no Brasil um significativo movimento em direção à redução da jornada de trabalho. “O Brasil tinha um contingente muito acentuado de uso de horas extras e houve uma redução de tal forma que a jornada de trabalho diminuiu”, disse à Rádio Brasil Atual.

No entanto, a redução da jornada de 44 para 40 horas semanais e o fim do fator previdenciário ainda são as duas principais reivindicações dos movimentos sindicais. O economista aponta que o país está andando nessa direção, mas que “trabalhar menos e ganhar mais” é uma luta universal do trabalhador para elevar a qualidade de vida.

“Essa é uma questão que deve ser analisada do ponto de vista mais amplo, porque exige que, ao reduzir a jornada de trabalho, nós tenhamos ganho de produtividade, combinado com crescimento econômico”, pontua.

Pochmann explica que se a economia cresce pouco, a redução da jornada de trabalho impacta negativamente no mercado de trabalho e dificulta o crescimento. “A redução da jornada deve ser feita em um ambiente de situação da economia mais significativa”, afirma. Nesse sentido, há “forte” resistência do setor empresariado para aplicar a medida, receio do governo e luta da classe trabalhadora.

Com relação ao fim do fator previdenciário, o economista considera que é preciso reformulá-lo, pois um terço da população aposentada ainda trabalha e a expectativa de vida do brasileiro aumentou. “Nós precisamos olhar para a previdência não no que concerne àqueles que estão aposentados, mas aos jovens que estão no mercado de trabalho, aos adultos que estão trabalhando”, diz.

O fator previdenciário foi criado durante o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso (1998-2002) visando a reduzir o valor da aposentadoria em consideração à expectativa de vida que as pessoas têm ao se aposentar, em média, e o tempo que serão beneficiárias da previdência. Ele procura equiparar a contribuição do segurado ao valor do benefício e baseia-se em quatro elementos: alíquota de contribuição, idade do trabalhador, tempo de contribuição à Previdência Social e expectativa de sobrevida do segurado. No entanto, na época em que foi criado, a expectativa de vida era de 60 anos de idade e hoje é de 80.

“A Previdência precisa ser melhor analisada e tomar as medidas necessárias no sentido de não afetar aqueles que já contribuíram e ao mesmo tempo garantir condições adequadas para os próximos que ingressarem no sistema previdenciário”, conclui. (Fonte: Rede Brasil Atual)

CNTS

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