Foto: Agência Sindical

Para o Diesat, saúde do trabalhador sofrerá baque com fim do Ministério

Saúde

A extinção ou o esvaziamento do Ministério do Trabalho e Emprego será um baque na saúde dos trabalhadores. O ministério é praticamente o único instrumento do Estado brasileiro a fiscalizar os ambientes de trabalho, prevenir doenças ocupacionais e combater as condições degradantes. “O que é ruim ficará muito pior”, alerta Elenildo Queiroz Santos, dirigente metalúrgico de Guarulhos, Técnico do Trabalho e presidente do Diesat -Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho.

O presidente do Diesat cita a ampla atuação da pasta. “Vai desde a fiscalização de um contrato de trabalho irregular, passa pelas mesas-redondas entre patrões e empregados, cuida de fazer cumprir as Normas Regulamentadoras e pode, inclusive, interditar fábricas inteiras, usinas ou áreas em que a vida do trabalhador corre risco”, ele relata.

O ministério conta hoje com cerca de seis mil auditores-fiscais. O número é baixo para um país de dimensões continentais. Nildo explica: “Enquanto agentes do Estado, esses servidores têm poder de polícia, podem entrar nos ambientes de trabalho, resgatar trabalhadores ameaçados e tomar as medidas cabíveis contra o mau patrão”. Uma vez esvaziada a pasta do trabalho, ele questiona: “Quem fará a inspeção? O Ministério Público não tem gente para isso e as vigilâncias sanitárias dos municípios são insuficientes e muitas vezes sem experiência”.

Itaquerão – O dirigente relembra um caso que gerou clamor e no qual a ação do Ministério foi decisiva. “Na construção do Itaquerão, para a Copa do Mundo de 2014, caiu um guindaste muito grande, que matou duas pessoas. Quem agiu de pronto? O Ministério do Trabalho, por meio da Superintendência de São Paulo, foi lá, enfrentou a Odebrechet, peitou quem tinha de peitar e interditou a obra”.

Os agentes do Ministério do Trabalho também medem níveis de ruído e de insalubridade ou periculosidade nos locais de trabalho. Esses laudos dão base para ações judiciais, recebimento de adicionais ou aposentadorias especiais. Segundo Elenildo Queiroz, o fim da pasta esvaziará essa atuação. Ele pergunta: “Então, o trabalhador vai se basear em que para reclamar pagamento de adicional ou mesmo aposentadoria especial?”.

Também cabe ao Ministério do Trabalho a edição das NRs – Normas Regulamentadoras. Tais normas vigoram para setores específicos e de risco. É o caso da NR-12, a chamada NR das Prensas. Nildo conta: “Foram anos e anos de negociações tripartites, até chegarmos à edição da norma, que está sendo acossada por setores do patronato”. Sem o Ministério, tudo isso pode se perder. Ele conclui: “Se Bolsonaro fechar ou esvaziar o Ministério do Trabalho, o grande beneficiado será o capitalismo selvagem e o grande perdedor será o trabalhador”.

Fonte: Agência Sindical
CNTS

Deixe sua opinião

Enviando seu comentário...
Houve um erro ao publicar seu comentário, por favor, tente novamente.
Por favor, confirme que você não é um robô.
Robô detectado. O comentário não pôde ser enviado.
Obrigado por seu comentário. Sua mensagem foi enviada para aprovação e estará disponível em breve.

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *