Obrigado por lutar por nós, enfermagem!
Enfermagem
Neste 12 de maio, Dia Internacional da Enfermagem, queremos fazer a nossa homenagem a esses profissionais que estão na frente de batalha contra o novo coronavírus. São eles que estão ao nosso lado quando estamos assustados e sozinhos. Ou quando estamos sem esperança e sem ninguém para nos abraçar. Homenagens serão insuficientes para expressar a gratidão por estes profissionais que dedicam suas vidas para cuidar do próximo.
Hoje, mais do que nunca, o mundo redescobriu a importância fundamental que desempenha os profissionais da enfermagem. Neste momento de pandemia, eles estão arriscando suas vidas para cuidar do próximo. Mesmo que para isso tenham que ficar submetidos a situações precárias e sem condições adequadas de trabalho e vivendo em situação de elevado estresse. Infelizmente, em decorrência disto, muitos profissionais da enfermagem perderam a vida em vários países em decorrência do coronavírus.
O Papa Francisco rezou pelos profissionais da enfermagem e destacou o testemunho de coragem e sacrifício dos trabalhadores da saúde. “Diariamente assistimos ao testemunho de coragem e sacrifício dos profissionais de saúde, nomeadamente enfermeiras e enfermeiros, que, com profissionalismo, abnegação, sentido de responsabilidade e amor ao próximo, prestam assistência às pessoas afetadas pelo vírus, com risco da própria saúde. Prova disso mesmo é o alto número de profissionais de saúde que, infelizmente, morreram no fiel cumprimento do seu serviço. Rezo por eles – o Senhor conhece-os por nome um a um – e por todas as vítimas desta epidemia. O Senhor ressuscitado conceda a cada um a luz do Paraíso e, às suas famílias, o conforto da fé”.
Para além das homenagens e dos aplausos, os profissionais da enfermagem merecem proteção, respeito e direitos por seus esforços e sacrifícios neste tempo de pandemia. A CNTS entende e conclama as autoridades de saúde responsáveis em cada área de atuação para que tomem, imediatamente, todas as medidas necessárias para o apoio, proteção e segurança de milhões de profissionais da enfermagem destacados para o atendimento da população. Não é possível deter esta pandemia sem proteger primeiro os trabalhadores da enfermagem.
A situação do Brasil é crítica. O país já perdeu mais profissionais da enfermagem mortos por Covid-19 do que os Estados Unidos, o país mais atingido pela pandemia. Até a última quarta-feira, 7, o Conselho Federal de Enfermagem – Cofen já contabilizava 98 óbitos confirmados, ante 91 registrados nos Estados Unidos. Em todo o mundo, há mais de 260 profissionais da enfermagem que morreram em decorrência da doença. E outros 90 mil trabalhadores da categoria infectados pelo vírus, segundo o Conselho Internacional de Enfermeiros, o Internacional Council of Nurses – ICN. Desse total, sozinho, o Brasil já é responsável por 38% das mortes.
De acordo com o relatório parcial do questionário online aplicado pela Internacional de Serviços Públicos – ISP e entidades afiliadas junto a trabalhadores que atuam na área de saúde e em serviços essenciais de enfrentamento da pandemia do coronavírus, 62% dos entrevistados informam que não receberam Equipamentos de Proteção Individual – EPIs em quantidade suficiente nos locais de trabalho. Outro fator de grande preocupação é a afirmação de que a maioria, tanto de profissionais de saúde – 64%, quanto de outros trabalhadores de serviços públicos – 80%, não receberam treinamento adequado para lidar com as situações de atendimento decorrentes da pandemia.
Por isso a luta constante da CNTS para garantir proteção aos profissionais da saúde. A Confederação já reivindicou ao Tribunal Superior do Trabalho – TST e à Procuradoria-Geral do Trabalho – PGT medidas imediatas e eficientes do governo federal e da Confederação Nacional da Saúde – CNSaúde, entidade patronal, para assegurar prioridade da proteção e condições de trabalho que envolve a prestação de serviços em estabelecimentos de saúde públicos e privados, em todas as unidades da federação.
A CNTS também ajuizou no Supremo Tribunal Federal ação contra a Medida Provisória – MP 927/2020 e por direitos dos profissionais da saúde. Além da luta diária da Confederação pela redução de jornada de 30 horas semanais. No final do mês passado, a CNTS cobrou da Câmara dos Deputados a aprovação, em caráter de urgência, do Projeto de Lei 2295/2000, que fixa a jornada de trabalho dos enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem em 30 horas semanais.
A CNTS continuará lutando para assegurar que os profissionais da saúde tenham seus direitos garantidos. Reafirmamos que estes trabalhadores são heróis, mas não devem se tornar mártires no trabalho. A enfermagem também precisa de cuidados. É preciso protegê-los e valorizá-los.