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Foto: Ilustração EBC

O dever do voto consciente

Eleições 2018

CNTS alerta trabalhadores sobre a importância do voto consciente e os equívocos do voto nulo ou branco

As eleições deste ano se realizam em um contexto de desafios: para os candidatos, que mais do que nunca se submetem ao julgamento da população; e também para os eleitores, diante da polarização acentuada entre os candidatos que disputam o segundo turno para a Presidência da República, Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), e dos ataques pessoais, com a inundação de fake news nas redes sociais, especialmente no uso indiscriminado e ilegal do whatsapp denunciado ao Tribunal Superior Eleitoral – TSE e investigados pela Polícia Federal.

No decorrer dos anos que precederam ao pleito eleitoral, as negociatas e malas de dinheiro foram imagens nuas e cruas que entraram nos lares brasileiros a cada dia pelos jornais, rádio e televisão. Falcatruas que trouxeram enormes prejuízos econômicos e sociais, que recrudesceram a polarização entre candidatos à esquerda e à direita do espectro político. Como consequência, aumentaram a decepção e o descrédito nos partidos, nos políticos e até nas instituições, incitaram a violência e, o mais grave, enfraqueceram os princípios democráticos.

Às vésperas da eleição em segundo turno, as manifestações pelo voto nulo ou em branco nas pesquisas de intenção de voto são preocupantes. O clima de indignação de parcela do eleitorado nacional poderá levar pessoas sérias e bem intencionadas a cometerem equívocos de graves consequências, como o de anularem o voto. A CNTS defende, no entanto, que a indignação deve se transformar em resultado positivo, em qualidade e compromisso de nossos representantes.

O pressuposto para votar nulo, inteiramente falso, é de que se 50% mais um dos eleitores anularem seus votos o pleito também será nulo, devendo a justiça eleitoral convocar nova eleição. Nada mais falso, pois na contagem dos votos válidos para eleger o candidato são excluídos os nulos e brancos. O voto nulo, portanto, não é a solução para os graves problemas que o povo brasileiro enfrenta. Além de um desserviço à democracia e à sociedade, é um ato inócuo como protesto político, mas que poderá ter consequências graves para a população.

A escolha deve ser livre e soberana, mas, principalmente, consciente. E deve recair sobre pessoas que estejam capacitadas técnica, ética, política e moralmente para nos representar. O eleitor deve analisar a trajetória do candidato, sua vinculação a grupos políticos, econômicos e sociais, seus compromissos éticos e morais, o conteúdo e a viabilidade de suas propostas.

O voto consciente é o principal caminho para recuperar a ética e a decência. E também para assegurar a continuidade da democracia, conquistada a duras penas, após longo período do regime militar, marcado pelo controle da liberdade, por tortura, prisão, exílio e até a morte de tantos brasileiros.

Afinal, são a voz da sociedade e a atuação dos eleitos que conduzem as vidas das pessoas e da sociedade da qual fazemos parte.

A Diretoria

CNTS

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