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Foto: Freepik

Nova variante da Covid-19 é encontrada em Belo Horizonte

Coronavírus

Nova cepa detectada por cientistas da UFMG tem combinação de 18 mutações nunca antes descritas no Sars-CoV-2, mas ainda não se sabe se causa maior transmissão do vírus. Minas Gerais vive escalada da doença e bateu recorde de mortes em 24 horas: foram notificados 508 óbitos.

Uma nova e potencialmente perigosa variante do coronavírus foi detectada por cientistas no Brasil. Ela foi identificada em Belo Horizonte e tem uma combinação inédita de 18 mutações no Sars-CoV-2. Entre essas mutações estão algumas compartilhadas com as variantes brasileiras P1 – originada em Manaus – e P2 – Rio de Janeiro, com a sul-africana B.1.1.351 e a britânica B.1.1.7., todas associadas a uma maior transmissão da pandemia.

O risco de agravamento da Covid-19 também é investigado. Conhecidas por siglas complicadas, as novas variantes do coronavírus preocupam, dentre outros motivos, porque se replicam muito mais depressa do que os vírus que causaram a primeira onda da pandemia, em 2020. As variantes P1, P2 e B.1.1.7 têm as mutações E484K e N501Y. Elas não só facilitam o contágio quanto podem ajudar o coronavírus a escapar do sistema imunológico.

Tudo indica que a revelada agora em Minas Gerais tenha a mesma capacidade, pois dispõe de arsenal genético para tanto. Tem também outras novas mutações, que acenderam o sinal de alerto dos pesquisadores.

Cientistas já haviam alertado que numa transmissão sem controle como a do Brasil era provável que emergissem mais variantes do vírus, dando mais força à pandemia. É um ciclo vicioso. Quanto mais variantes, maior o risco de transmissão e também de que o vírus consiga escapar das vacinas.

A nova variante, que pode vir a ser chamada de P4, parece ter a mesma origem que a P1 e a P2, afirma a coordenador do estudo, Renato Santana, da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. A P3 emergiu nas Filipinas.

O coordenador do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ, Amílcar Tanuri, diz que a descoberta preocupa porque mutações da nova variante estão associadas a uma maior transmissão, o que renova a força da pandemia. Porém, ele diz que é cedo para saber se ela poderá ter impacto sobre a letalidade. “Novas variantes estão surgindo porque o vírus está descontrolado no Brasil”, frisa Tanuri.

A nova cepa foi descoberta por pesquisadores do Laboratório de Biologia Integrativa do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG e do Setor de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Pardini, em colaboração com o Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro e a prefeitura de Belo Horizonte. O trabalho integra a Rede Corona-Ômica BR-MCTI, que busca sequenciar genomas do coronavírus de todo o país.

Avanço do vírus em Minas – O estudo apontou ainda que as cepas de Manaus e do Reino Unido são as mais comuns na capital, o que pode explicar o agravamento da pandemia na cidade. Minas Gerais também vive nos últimos dias uma escalada de casos de Covid-19 e mortes, como ocorre no país. Nesta quarta-feira, 7, o Estado bateu recorde de mortes pela doença em 24 horas: foram notificados 508 óbitos em decorrência do novo coronavírus. Foram registrados também 13.358 novos casos. Minas Gerais foi o terceiro Estado do país a ter 500 ou mais mortes por dia desde o início da pandemia. Atualmente soma 26.303 mortes por Covid-19, de um total de 1.182.847 infectados.

Apesar do avanço do coronavírus, o Governo de Romeu Zema (Novo) decidiu diminuir as restrições em algumas regiões. A partir da próxima segunda-feira, 12, a macrorregião Triângulo do Sul poderá avançar para a onda vermelha, que é menos restritiva do que a atual roxa. A Triângulo do Norte já tinha progredido para a mesma fase no fim de março. As outras 12 macrorregiões, inclusive a Região Central, onde fica Belo Horizonte, seguem na onda roxa, a mais restritiva de todas, por pelo menos mais uma semana, segundo a Secretaria de Estado de Saúde do Estado.

Fonte: Com O Globo e El País
CNTS

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