O Ministério da Saúde realizou, na última quinta-feira (6), a 4ª Reunião Ordinária da Comissão Nacional para Planejamento e Dimensionamento da Força de Trabalho no SUS (CPDFT/SUS). O evento, que ocorreu de forma híbrida, reuniu especialistas para uma escuta qualificada sobre o planejamento e a distribuição da força de trabalho no Sistema Único de Saúde (SUS).

Criada no ano passado, a Comissão tem a missão de propor e avaliar normas e estratégias gerenciais voltadas para o planejamento e dimensionamento da força de trabalho na saúde. Um dos temas centrais do encontro foi a importância do dimensionamento adequado dos profissionais de saúde, fator essencial para garantir a qualidade e a segurança na assistência à população. O ajuste correto do número de profissionais em cada setor assegura uma distribuição equilibrada da carga de trabalho, proporcionando melhores condições para o desempenho das atividades e reduzindo riscos de sobrecarga e exaustão profissional.

Para a CNTS, o dimensionamento adequado da força de trabalho em saúde é um fator decisivo para o funcionamento eficiente do SUS. Garantir um planejamento eficaz e políticas estruturadas é essencial para proporcionar um atendimento de qualidade à população e valorizar os profissionais da saúde, assegurando melhores condições de trabalho e aprimorando a assistência prestada no país.

Estudos – Durante a reunião, pesquisadores de renomadas instituições apresentaram estudos sobre a demografia da força de trabalho nas áreas de medicina, enfermagem e odontologia. Entre os especialistas estavam Mário Scheffer, da Universidade de São Paulo (USP); Cristiana Leite Carvalho, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); e Mario Dal Poz, do Centro de Estudos, Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico em Saúde Coletiva (CEPESC). Também participaram representantes do Ministério da Educação (MEC) e dos conselhos nacionais de Secretários de Saúde (Conass) e de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

Os estudos são fruto de uma parceria entre essas instituições e a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde (SGTES), em colaboração com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). A pesquisa fornece informações detalhadas sobre a força de trabalho em saúde, abordando aspectos como a oferta de cursos na área e o número de profissionais atuantes no SUS e em instituições privadas.

Demografias e desafios na saúde – Um dos destaques do encontro foi a apresentação preliminar da pesquisa Demografia Médica no Brasil 2025, que analisa a distribuição dos médicos no país e aponta desigualdades regionais no acesso à atenção médica. Outro estudo relevante, conduzido por Mario Dal Poz, abordou a Demografia e Mercado de Trabalho em Enfermagem, enfatizando a crescente demanda por profissionais da área e a necessidade de políticas que valorizem esses trabalhadores, garantindo melhores condições laborais.

Além disso, a reunião discutiu a força de trabalho na saúde bucal e na odontologia, destacando os desafios enfrentados pelo setor e a importância de uma distribuição equitativa dos profissionais.

Planejamento da força de trabalho em saúde – Ao final do evento, foi debatida a formulação do Plano Decenal de Planejamento da Força de Trabalho em Saúde, um documento estratégico que servirá como base para políticas públicas ao longo dos próximos dez anos. O plano pretende estabelecer diretrizes para reduzir as desigualdades regionais, fortalecer a atenção primária e garantir a sustentabilidade do SUS, considerando as mudanças demográficas e epidemiológicas do país.

Fonte: Com informações do Ministério da Saúde