Menor que inflação, reajuste do INSS deixa aposentados com ‘nome sujo’
Trabalho e Previdência
Em setembro deste ano, 18,3 milhões de pessoas entre os 50 e os 84 anos ficaram com restrições no CPF devido aos atrasos de contas, aponta o Serviço de Proteção ao Crédito – SPC. Ao todo, 62,4 milhões estão com nome sujo. As informações são do jornal Folha de S.Paulo. De acordo com a reportagem, enquanto as aposentadorias acima do salário mínimo foram corrigidas em 2,07% em 2018, a inflação para o idoso está acumulada em 5,15% em 12 meses, segundo o Índice de Preços ao Consumidor – Terceira Idade (IPC-3i), da Fundação Getúlio Vargas – FGV. De acordo com André Braz, coordenador do IPC, alguns preços monitorados afetam especialmente os aposentados.
Gastos com a conta de luz, por exemplo, comprometem 3% das rendas das pessoas mais novas, mas chegam a 4,8% no caso dos mais velhos, de acordo com o especialista. “Como os idosos acabam passando mais tempo em casa, ficam mais reféns desse serviço. E esse é um gasto difícil de abrir mão, então há pouco espaço para substituir por itens mais baratos, como acontece com a alimentação”, afirma o especialista. Gastos maiores são verificados também em relação a remédios e planos de saúde.
Outro problema alertado por especialistas é o crédito consignado. Assim como o aumento do endividamento, a concessão de crédito para aposentados e pensionistas do INSS cresceu. Segundo dados do Banco Central, o volume foi de R$ 125,6 bilhões em agosto deste ano, ante R$ 112,5 bilhões no mesmo mês de 2017, um aumento de 11,7%. (Fontes: Folha de S. Paulo e RBA)