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Foto: Sindicato dos Médicos do Amazonas

Manaus chega ao pior momento da pandemia: oxigênio acaba nas unidades de saúde

Caos na Saúde

De acordo com informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, do portal A Crítica e do G1, familiares e profissionais de saúde estão comprando cilindros de oxigênio por conta própria enquanto o estoque nos hospitais da rede pública acabou. “Os hospitais viraram câmaras de asfixia. Os pacientes que conseguirem sobreviver, além de tudo, devem ficar com sequelas cerebrais permanentes”.

O colapso no sistema hospitalar de Manaus chegou em seu ponto mais crítico nesta quinta-feira, 14. Após filas nos hospitais, aumento das mortes sem atendimento, recorde de sepultamentos em um único dia, agora, a capital do Amazonas enfrenta escassez de oxigênio nas unidades de saúde. Informações do jornal Folha de S. Paulo, do G1, e do jornal local, A Crítica, afirmam que o oxigênio acabou em instituições como o Hospital Universitário Getúlio Vargas e serviços de pronto atendimento, como o SPA José de Jesus Lins de Albuquerque. Além disso, familiares e profissionais da saúde estão comprando cilindros de oxigênio por conta própria visando salvar a vida dos pacientes. “Acabou o oxigênio e os hospitais viraram câmaras de asfixia. Os pacientes que conseguirem sobreviver, além de tudo, devem ficar com sequelas cerebrais permanentes”, diz ainda o pesquisador Jesem Orellana, da Fiocruz-Amazônia.

De acordo com a colunista Mônica Bergamo, os profissionais da área de saúde afirmam que a situação é dramática e muitas pessoas ainda vão morrer já nas próximas horas por falta de assistência. Uma das profissionais relatou, emocionada, que os pacientes recebendo oxigenação de forma manual, uma vez que os respiradores estão sem oxigênio. De acordo com ela, cada profissional consegue realizar o procedimento manual de oxigenar um paciente por no máximo 20 minutos, quando tem que ceder lugar a outro técnico, o que torna a rotina de procedimentos arriscada, insuportável e caótica.

Pelo menos 30 pacientes com Covid-19 que estão internados no Hospital Universitário Getúlio Vargas, em Manaus, onde não há mais oxigênio, serão transferidos para o Hospital Universitário de Teresina, no Piauí, na tarde desta quinta-feira.

A técnica de enfermagem aposentada Solange Batista, que está com a irmã internada no Hospital Universitário Getúlio Vargas, em Manaus, denunciou que falta oxigênio na unidade hospitalar. De acordo com informações do G1, para tentar salvar a vida da irmã, a mulher está em busca de um cilindro de oxigênio pela cidade. Ela teme que a peregrinação não tenha efeito e ela não consiga chegar a tempo. “Estou tentando correr atrás, estou indo atrás de alguém que encha o cilindro. Mas não é só a minha irmã. Graças a Deus a gente ainda pode comprar, mandar encher. Mas, e quem não pode? Como fica? Tem muita gente morrendo. Muita gente. E cadê o governo?”.

As fornecedoras de oxigênio, que têm que enviar o produto em cilindros de avião até a Amazônia, argumentam que há um gargalo no fornecimento em função da alta demanda. As autoridades de saúde acusam as empresas de privilegiar o fornecimento em regiões de logística mais barata.

Enquanto isso, na quarta-feira 13, a capital amazonense bateu pelo quarto dia consecutivo o recorde de sepultamentos diários: foram 198. Destes, 87 tiveram a causa declarada como Covid-19. A Prefeitura de Manaus informou, ainda, que foram registradas 26 mortes em casa. Com dados referentes apenas a doze dias, o mês de janeiro já registra o maior número de novos internados desde o começo da pandemia. Na capital, até a quarta-feira 13, o total de mortes por Covid-19 passava de 3,8 mil. No estado do Amazonas, o número supera 5,8 mil. (Com Folha de S.Paulo, G1 e A Crítica)

Fonte: Com Folha de S.Paulo, G1 e A Crítica
CNTS

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