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Mais de 70% dos profissionais da enfermagem se sentem inseguros no trabalho

Ao todo, 70% dos enfermeiros no Brasil se sentem inseguros no ambiente de trabalho. Muitos relatam que já foram ofendidos e até agredidos por pacientes e acompanhantes. Os enfermeiros contaram que em muitos casos, o motivo das agressões que eles sofrem de pacientes ou parentes é justamente a falta de estrutura. O atendimento demora por causa da falta de médicos, por exemplo, e as pessoas acabam descontam no enfermeiro. Vários desses casos vão parar na delegacia.

No Rio Grande do Norte

O caso mais recente de agressão aconteceu na capital potiguar. Um capacete foi usado para ferir a cabeça de um enfermeiro, que só queria atender os pacientes de um hospital em Natal-RN. Uma mulher testemunhou a agressão. “Coisa horrível, pessoas correndo, pessoas passando mal. Eu pulei da cama, me escondi debaixo de uma outra cama. Foi um auê nesse hospital”, conta a testemunha.

Outros pacientes reclamaram que a espera na recepção passava de três horas. Um homem e mais duas pessoas decidiram agredir o profissional de saúde. “A menina agressiva verbalmente, chamou o namorado dela e ele veio me agredir. Levei seis pontos no rosto, estou com trauma no rosto”, conta o enfermeiro agredido.

Rotina – O mais assustador é que agressões como essa não são raras, são muito frequentes. Elas fazem parte de uma rotina – que os profissionais de enfermagem conhecem há muito tempo – e que uma pesquisa acaba de traduzir em números.

A pesquisa foi feita pelo Conselho Federal de Enfermagem e pela Fundação Oswaldo Cruz para conhecer o perfil de 1,6 milhão de enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares de enfermagem do país. Ao todo, 19% responderam que existe violência nos lugares que trabalham e 71% afirmam que há pouca segurança. Já 66% sofrem algum tipo de desgaste profissional, seja por exposição ao risco de agressão, excesso de trabalho ou falta de estrutura para desempenharem bem suas funções.

“O cidadão já chega com uma representação que ele vai ser mal atendido, que o SUS não é bom, é deficitário, então ele já chega com uma pré-disposição de exigir o melhor possível para o atendimento dele. Ele entende que o direito dele também é chegar com violência na exigência dos seus direitos, e o primeiro a receber esse tipo de reivindicação é o profissional de enfermagem”, afirma o vice-presidente do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo, Mauro Dias da Silva.

O conselho acredita que mudanças na profissão e no atendimento público de saúde podem mudar o cenário, mas a longo prazo. Por enquanto, tem certeza de que enfermeiros, técnicos e auxiliares vão continuar sendo vítimas, como uma profissional que tem medo de ser identificada. “Às vezes do nada, a gente leva um soco, um empurrão. Acontece bastante”, diz.

Entre aqueles que responderam que já sofreram violência no trabalho, 66% disseram que a violência psicológica é a mais frequente. A pesquisa também mostrou que 84,6% dos profissionais de enfermagem são mulheres. (Fonte: Bom Dia Brasil – Globo)

CNTS

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