Lista de Fachin inclui ministros, governadores e líderes do legislativo
A lista do ministro relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, caiu como uma bomba no Congresso Nacional. Com 108 pessoas envolvidas, a maioria deputados e senadores, a divulgação da lista do decano é resultado do requerimento de investigação feito pela Procuradoria Geral da República – PGR em março deste ano. Com tantos parlamentares envolvidos, de vários partidos políticos e correntes ideológicas, as investigações podem dificultar e até adiar a votação de propostas de interesse do governo, incluindo as reformas previdenciária e trabalhista.
A lista dos novos investigados na Lava Jato atinge diretamente o governo Temer, uma vez que oito dos ministros estão envolvidos em denúncias de corrupção, e representa um obstáculo à celeridade que o governo quer impor na tramitação de reformas como a da Previdência, que também tem o relator da proposta, deputado Arthur Maia (PPS-BA), entre os investigados. Nesta terça, após a divulgação dos nomes, o Congresso ficou vazio.
O presidente, no entanto, já afirmou que não afastará nenhum ministro denunciado até que estes virem réus no processo. Temeroso, o governo já pediu aos auxiliares que preparem suas defesas e não se manifestem antes de conhecerem o conteúdo das delações da Odebrecht para evitar um desgaste político maior.
Para se salvar da investigação, o instinto de sobrevivência política veio à tona e até parlamentares rivais estão se voltando para a pauta comum – a aprovação da reforma política, que inclui no bojo de proposituras a eleição, a partir de 2018, em lista fechada. Com o lema “um por todos e todos por um”, estes parlamentares têm como único objetivo a reeleição no processo eleitoral de 2018 para manter o foro privilegiado. Pela lista fechada, o eleitor não votará direto no candidato, mas sim em uma lista pré-determinada pelo partido, retirando do eleitor o poder de escolha dos candidatos.