Levantamento aponta que 1.105 cidades do Brasil temem escassez de oxigênio em até dez dias
Colapso da Saúde
Pesquisa do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde mostra ainda que 65,1% não suportariam aumento de casos
Levantamento do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde – Conasems com 2.465 municípios em todo o país mostra que em 1.105 deles, ou 47%, teme-se pela falta oxigênio nos próximos dez dias. Questionadas se as cidades teriam capacidade de suportar aumento na demanda, com aumento de casos, 65,1% disseram que não teriam mais oxigênio para os pacientes.
Os municípios, especialmente os pequenos, relatam dificuldade de compra. Algumas empresas, inclusive, já avisaram gestores municipais que sua capacidade de produção está perto do limite por conta da falta de insumos. Outro dado preocupante é a dependência dos municípios dos cilindros de oxigênio, que são mais difíceis de serem fornecidos. Esta é a principal estrutura de armazenamento de 87% das cidades.
Em dezembro, Manaus viveu o drama do desabastecimento de oxigênio. Após um pico de internações pela Covid-19, a cidade teve que transferir diversos pacientes para outros estados devido à falta do insumo. Com o aumento de casos em todo o país a demanda por este insumo tem crescimento. Segundo a White Martins, principal produtora no Brasil, só nas duas primeiras semanas de março, o consumo de oxigênio aumentou em 56%. A empresa disse que todas as unidades estão operando 24 horas por dia para a produção do insumo.
Além da falta do insumo, os municípios também relataram falta de equipamentos de proteção individuais básicos. O desabastecimento afeta não só os profissionais que atuam na linha de frente contra a pandemia, mas também os envolvidos em todo tipo de procedimento hospitalar.
Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que um grupo de 12 empresas doará mais de 5 mil concentradores de oxigênio que devem atender, mensalmente, até 20 mil pacientes, substituindo, em média, 21 cilindros de oxigênio.