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Homicídios de jovens no Brasil e na América Latina

Integrante da pesquisa, o estatístico Carlos Augusto de Souza apresentou o Panorama epidemiológico dos homicídios de jovens – Brasil e países da América Latina. Segundo ele, no mundo, do total de homicídios, 35% são de homens de 15 a 29 anos. Nas Américas, a taxa de homicídios entre homens de 15 a 29 anos é quatro vezes maior que a taxa média global. Nas Américas do Sul e Central, 30% dos homicídios estão relacionados ao crime organizado, enquanto na Ásia, Europa e Oceania, esse percentual é de apenas 1%. Além disso, as armas de fogo são o principal meio utilizado para perpetrar o homicídio nas Américas, e 2/3 dos homicídios são cometidos utilizando esse instrumento letal. Objetos cortantes e penetrantes são mais usados na Europa e Oceania. Carlos citou dados de óbitos de jovens por causas externas e por homicídios entre 1990 e 2010 no Brasil, Argentina, México e Venezuela.

No Brasil, 60,3% dos óbitos eram atribuídos a causas externas em 1990; já em 2010, o número mudou para 69,7%. Na Argentina, passou-se de 49,9% em 1990 para 58,9%; no México, de 57,7% para 76,5%; e na Venezuela, de 27,5% para 80,7%. Nos óbitos por homicídios, os números também aumentaram: no Brasil, 43,2% dos óbitos foram por homicídio em 1990 e, em 2010, o número saltou para 53,1%. Na Argentina, de 16,1% de óbitos por homicídio em 1990 foi para 14,02% em 2010. No México, a situação também não foi diferente, pois de 30,6% em 1990 foi para 43,6% em 2010. Apenas a Venezuela apresentou dados inferiores no período estudado, ou seja, de 73,7 em1990 para 41,9% de óbitos por homicídios em 2010.

Após a apresentação dos dados, Carlos Augusto destacou ocorrer maior incidência de óbitos em jovens homens, e é necessária prioridade nas políticas públicas para esse grupo. “Além disso, é importante a ampliação de direitos sociais e democráticos, mais oportunidades no que diz respeito a emprego e educação, maior controle sobre o acesso de armas de fogo – principalmente nas regiões de fronteira –, combate ao crime organizado e ao tráfico de drogas em todos os países da América Latina e redução da impunidade e corrupção”, apontou ele.

(Fonte: Informe ENSP/Fiocruz)

CNTS

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