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Foto: Leonardo Sá/Agência Senado

Guedes afirma que auxílio emergencial será cortado pela metade e acaba em dois meses

Economia

Ministro da Economia disse ainda que o governo vai lançar um programa de renda para unificar a renda emergencial e o Bolsa Família; Presidente da Câmara defende redução temporária nos salários de todo o funcionalismo público federal para bancar a prorrogação do auxílio emergencial nos moldes atuais.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou ontem, 9, que o auxílio emergencial pago a trabalhadores durante a pandemia de coronavírus terá só mais duas parcelas extras, com valor cortado à metade – ou seja, em vez dos R$ 600 atuais, R$ 300 ao mês.

Em reunião ministerial – a primeira desde a divulgação do vídeo da renião pelo Supremo Tribunal Federal –, o ministro afirmou que unificará o Bolsa Família e o auxílio emergencial em um novo programa de distribuição de renda, chamado Renda Brasil. Ele disse ter “aprendido” durante a crise pandêmica que “havia 38 milhões de brasileiros invisíveis”.

“O presidente já lançou e comunicou que por dois meses nós vamos estender o auxílio emergencial. Nós estávamos num nível de emergência total, a R$ 600. Nós vamos começar agora uma aterrissagem com uma unificação de vários programas sociais e o lançamento de um Renda Brasil, que o presidente vai lançar porque aprendemos também durante essa crise que havia 38 milhões de brasileiros invisíveis e que também merecem ser incluídos no mercado de trabalho”, afirmou Guedes nesta terça, em reunião do conselho do governo.

O novo programa ainda está em fase de estudos pela equipe econômica liderada por Guedes e, por isso, não teve detalhes divulgados. A expectativa é que o Renda Brasil seja mais abrangente que o Bolsa Família, mas menor do que o plano de auxílio emergencial.

Na mesma reunião, o ministro da Economia confirmou que vai retomar o programa Verde e Amarelo, que flexibiliza direitos trabalhistas e fragiliza a relação entre empregados e empregadores.

Corte de salário dos parlamentares – O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o Congresso pode cortar salários de servidores, de forma temporária, para estender o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600 pago a informais durante a pandemia. A medida, no entanto, precisaria ser tomada por todos os poderes, não apenas pelo Legislativo, disse o deputado, ontem, após provocação do presidente Jair Bolsonaro.

Ao ser questionado sobre a prorrogação do auxílio, Bolsonaro sugeriu, mais cedo, que os parlamentares tirem do próprio bolso o dinheiro necessário, embora ele mesmo não tenha proposto nenhuma redução de gastos por parte do governo federal. Maia disse apoiar a ideia, desde que Executivo e Judiciário também contribuam. “Se todos os poderes topassem cortar um valor, tenho certeza que o Parlamento vai participar e defender. Não vejo nenhum problema”, afirmou, em coletiva de imprensa.

O deputado lembrou que o valor que a Câmara e o Senado conseguiriam economizar não seria suficiente para arcar com a prorrogação do auxílio, que pode custar até R$ 100 bilhões em dois meses, se for aprovada. O Congresso gasta com salário de servidores, incluindo os parlamentares, R$ 5 bilhões por ano, apontou Maia. Já o Executivo tem despesa anual de R$ 170 bilhões com funcionalismo público. Judiciário e o Ministério Público da União, de R$ 25 bilhões.

O presidente da Câmara levantou a possibilidade de redução salarial de 10%, por seis meses, ou um percentual maior, por menos tempo, para pagar o auxílio. O corte seria apenas nos salários mais altos do funcionalismo, não afetaria todos os servidores. Ou seja, a medida renderia bem menos do que 10% ou 20% dos R$ 200 bilhões gastos nos três poderes com folha de pagamento. Servidores da área da saúde e que atuem diretamente no enfrentamento à Covid-19 seriam poupados do corte.

Fonte: Com Brasil de Fato, G1 e Correio Braziliense
CNTS

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