Frente em Defesa da Previdência se articula para tentar barrar proposta de Bolsonaro
Reforma da Previdência
A Frente, que conta com o apoio de 102 entidades representativas da sociedade civil, entre elas a CNTS, será relançada em 20 de março
Diante de proposta previdenciária pior que as anteriores, com homens e mulheres se aposentando aos 65 anos e com tempo mínimo de 20 anos para ganhar apenas 60% do benefício, a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social relançará suas atividades em grande ato no próximo dia 20 de março, no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados. Até o lançamento oficial, haverá reuniões todas as quartas-feiras a fim de coletar o maior número possível de signatários, entre parlamentares e entidades.
A Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social que conta com o apoio de 102 entidades representativas da sociedade civil, entre elas a CNTS, defende a manutenção dos direitos sociais e uma reforma estrutural da captação de recursos, nos termos da legislação atual, com o propósito de garantir a segurança jurídica e atuarial do sistema de Seguridade Social Brasileiro, sem restrição ou extinção de direitos.
Durante a reunião que aconteceu na quarta-feira, 6, o senador Paulo Paim (PT/RS), que coordenou a Frente nos últimos dois anos, e o deputado Bohn Gass (PT/RS), que deverá assumir os trabalhos neste ano, deram suas orientações para a continuidade da luta contra o desmonte do sistema previdenciário, especialmente na iminência de um novo texto da reforma da Previdência, cujo foco é a capitalização, no qual cada um contribui para a própria aposentadoria.
Para Paim, é fundamental que o grupo apresente sua própria versão da reforma da Previdência. Além disso, o senador pede aos parlamentares que esclareçam a população sobre a real situação da Previdência.
O presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal – Anfip, Floriano Sá Neto, ressaltou a importância de os parlamentares e as entidades oficializarem a participação neste movimento que atua em prol de uma Previdência Social justa e digna, condizente com os preceitos garantidos pela Constituição Federal. “Não há nada de excepcional no sistema que indique a necessidade de reforma estrutural. A CPI da Previdência foi enfática em seu relatório ao apontar que, antes de uma proposta para a retirada de direitos, há muito o que se fazer na administração da Previdência Social”, argumentou, ao ressaltar que reformas têm sido feitas por meio de emendas desde 1993.