Formação a distância para enfermeiros gera dúvidas
Graduações a distância na área da saúde que envolvam aprendizados laboratoriais e maior contato com o público, como enfermagem e fisioterapia, estão entre as mais rejeitadas pelo mercado.
Para Doris Humerez, do Cofen (Conselho Federal de Enfermagem), a modalidade não é adequada para formar enfermeiros, dada a grande responsabilidade exigida desses profissionais. “A nossa preocupação é com a quantidade de erros que possam acontecer, e o erro da enfermagem não tem intermediários. A formação do enfermeiro é ética, e isso a gente aprende no cotidiano.”
Esses cursos também estão entre os menos ofertados da modalidade – em 2012, segundo o MEC, três instituições disponibilizavam graduação de enfermagem, totalizando 788 alunos matriculados. A fisioterapia contava com dois cursos abertos.
A universidade Anhanguera passou a ofertar enfermagem no primeiro semestre deste ano, na modalidade semipresencial, em que o estudante comparece ao polo duas vezes por semana para ter aulas laboratoriais, como anatomia, além de ter contato com os tutores.
Para Mário Jorge Filho, diretor da CNTS (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde), a educação a distância para profissionais da enfermagem é vista com maus olhos pela confederação. “Considerando que a prática hoje, nas unidades de saúde, é diferente do que as escolas ensinam em sala de aula, termos profissionais formados a distância, sem o devido acompanhamento técnico é colocar em risco a assistência e segurança do paciente”.
No âmbito do bem-estar, o cenário é diferente para a educação física, que era disponibilizada por 31 instituições na forma de licenciatura, além de uma em bacharelado. A demanda por esses cursos vem da necessidade de formar professores de Ensino Fundamental.
Gestão Hospitalar – Para cargos administrativos no âmbito da saúde, a aceitação dos cursos a distância é equivalente a um curso presencial, de acordo com empresas de recrutamento consultadas pela Folha.
A graduação a distância pode ser um investimento na carreira de quem já atua na área, mas precisa do diploma universitário para pleitear cargos mais altos. (Fonte: Folha de S. Paulo)