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Foto: Fiocruz

Fiocruz lança pesquisa para identificar trabalhadores invisíveis da saúde

Sociedade

O objetivo da pesquisa, que tem o apoio da CNTS e do Conselho Nacional de Saúde, é analisar as condições de vida, o cotidiano do trabalho e a saúde mental desses trabalhadores. No Brasil, são mais de um 1,5 milhão de profissionais de limpeza, de cozinha e da segurança, maqueiros, recepcionistas, motoristas, técnicos e auxiliares de enfermagem e de saúde bucal.

Lançar luz sobre um universo pouco iluminado da área da saúde e, assim, buscar apontar saídas voltadas ao cuidado, à proteção e ao acolhimento. Esse é o objetivo da pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz que teve início em janeiro de 2021, tomando como foco os “profissionais invisíveis da Saúde” para melhor conhecer suas condições de trabalho e de vida. Neste contexto estão incluídos de profissionais de limpeza, de cozinha e da segurança, maqueiros, recepcionistas e motoristas até técnicos e auxiliares de enfermagem e de saúde bucal, entre outros, somando cerca de 1,5 milhão de pessoas.

Embora executem serviços de extrema importância, pouco se sabe qual é o perfil e a real situação de trabalhadores técnicos, auxiliares e de apoio das equipes de Saúde. Preocupada em responder a essa lacuna, a Fiocruz lançou a pesquisa inédita: Os trabalhadores invisíveis da Saúde: condições de trabalho e saúde mental no contexto da Covid-19 no Brasil.

A pesquisa, que tem o apoio da CNTS e do Conselho Nacional de Saúde, tem por objetivo gerar dados e informações que auxiliem às entidades profissionais na fundamentação e formulação de propostas de melhorias para o Sistema de Saúde, além de ajudar no desenvolvimento de ações estratégicas e políticas públicas, no campo da gestão e condições de trabalho de todos que contribuem de forma decisiva na qualidade da assistência à saúde da população. Para participar do questionário, clique aqui.

A pesquisa considera trabalhadores invisíveis da saúde os técnicos e auxiliares de enfermagem, de Raio X, de análise laboratorial, de farmácia, maqueiros, motoristas de ambulância, recepcionistas, pessoal de segurança, limpeza e conservação e agentes comunitários de saúde. O objetivo é analisar as condições de vida, o cotidiano do trabalho e a saúde mental dessa força de trabalho buscando as alterações a que tiveram que se submeter emergencialmente durante a pandemia.

“Essa legião de trabalhadores da saúde está cotidiana e diretamente na linha de frente atendendo a mais de 8 milhões de contaminados pela Covid-19 e lidando com mais de 200 mil óbitos em todo o país. Além disso, estão expostos à infecção, sofrem com a morte de colegas, e boa parte está desprotegida de cuidados necessários, sem, de fato, ter voz e meios de expressar a real situação no cotidiano do seu trabalho e de sua vida pessoal, no que se refere à saúde física e mental”, explicou a coordenadora da pesquisa, Maria Helena Machado.

O questionário explora aspectos objetivos e subjetivos sobre como esses trabalhadores lidam com a pandemia em seu dia a dia: se o trabalhador teve Covid-19 e se sente protegido em seu ambiente de trabalho contra o coronavírus; se sofreu algum tipo de violência ou discriminação; o que mudou em sua rotina profissional durante a pandemia e se houve mudança da carga horária de trabalho; se há Equipamentos de Proteção Individual – EPI disponíveis e se houve treinamento adequado para sua utilização; “Desejamos analisar em profundidade as condições de vida, o cotidiano do trabalho e a saúde mental dos trabalhadores de nível médio e auxiliar, o qual denominamos de trabalhadores invisíveis da saúde”, completou Machado.

Contexto da pesquisa – No Brasil, contabiliza-se mais de 2 milhões de trabalhadores de nível técnico, auxiliar e apoio, dos quais 1,5 milhão estão na linha de frente do enfrentamento à Covid-19. Cerca de 1.800 milhão são auxiliares e técnicos de Enfermagem; 230 mil são auxiliares e técnicos de Saúde Bucal; 29 mil são técnicos de Laboratório; 20 mil são técnicos de Nutrição; 85 mil são técnicos de Radiologia; além de milhares de trabalhadores que apoiam e dão suporte a essa força de trabalho em saúde, atuando diretamente na assistência – condutores de ambulância, maqueiros, pessoal da limpeza, manutenção, segurança, pessoal da administração e recepção, entre outros.

Durante a pandemia, esses trabalhadores lidam com a escassez de material EPI; infraestrutura precária; inadequadas condições de trabalho; ritmo de trabalho elevado e estressante; vínculo de trabalho precário; insegurança do e no trabalho; desconforto; desproteção no trabalho, entre outras questões.

Os trabalhadores invisíveis da Saúde: condições de trabalho e saúde mental no contexto da Covid-19 no Brasil é um subproduto da pesquisa Condições de Trabalho dos Profissionais de Saúde no Contexto da Covid-19 no Brasil, que já levantou dados sobre as condições de vida e trabalho de médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e fisioterapeutas que atuam diretamente na assistência e no combate à pandemia do novo coronavírus.

A pesquisa teve início em janeiro, quando o questionário começou a circular, e deverá aguardar respostas dos profissionais até março. A partir de abril, tem início a análise das respostas, à luz de estudos que o grupo de pesquisadores já vêm realizando sobre o tema, e, em maio, os resultados deverão ser divulgados. A coordenadora da pesquisa, Maria Helena, aproveita para convidar os profissionais a responderem o questionário. “Estamos dedicando a pesquisa ao maqueiro, ao motorista de ambulância, ao porteiro, recepcionista, agente comunitário de saúde, auxiliar de enfermagem e de saúde bucal, ao profissional da limpeza. Queremos que você apareça, queremos ouvi-lo”.

Fonte: Com Fiocruz e Conselho Nacional de Saúde
CNTS

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