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Foto: Bruno Kelly/Amazônia Real

Fiocruz alerta que terceira onda pode representar crise sanitária ‘ainda mais grave’

Coronavírus

Levantamento da instituição mostra que patamar de incidência de casos de covid-19 continua elevado e que uma explosão de infecções pioraria o que já está ruim. País ultrapassou, ontem, a marca dos 430 mil mortos pelo novo coronavírus, com mais de 15,4 milhões de infectados.

Apesar de ter atingido nesta semana uma média móvel de mortes pela Covid-19 abaixo do patamar de 2 mil óbitos, no qual permaneceu por 53 dias, a situação do Brasil preocupa pesquisadores e especialistas. A apreensão foi exposta na última edição do Boletim do Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz, que mostrou que o país se mantém em um patamar alto de incidência de casos da doença. Por isso, a instituição alerta que uma nova explosão de casos de infecção pelo novo coronavírus, a partir do patamar epidêmico atual, seria catastrófico. Ontem, 13, com mais 2.383 mortes, o Brasil ultrapassou a marca de 430 mil óbitos. Além disso, já confirmou mais de 15,4 milhões de infecções.

Segundo os pesquisadores da Fiocruz, o conjunto de indicadores investigados mostra que ainda existe uma intensa circulação do vírus no país, o que traz a ameaça de que os níveis críticos da pandemia permaneçam ao longo das próximas semanas. “A observada manutenção de um alto patamar, apesar da ligeira redução nos indicadores de criticidade da pandemia, exige que sejam mantidos todos os cuidados, pois uma terceira onda agora, com taxas ainda tão elevadas, pode representar uma crise sanitária ainda mais grave”, alerta o documento.

Isso porque grande parte dos leitos de unidades de terapia intensivas destinadas a pacientes adultos com Covid-19 continua ocupada. Sete estados têm taxas de ocupação iguais ou superiores a 90% e outros seis, mais o Distrito Federal, têm ocupação entre 80% e 89% – situação considerada crítica. Apenas Acre, Amazonas, Roraima e Paraíba possuem índices razoáveis e estão fora da zona de alerta, ou seja, têm menos de 60% dos leitos ocupados.

De acordo com o boletim, entre os dias 2 e 8 de maio foram registrados valores ainda altos de óbitos por Covid-19, próximos à marca de 2,1 mil mortes diárias. E foram notificados no país uma média de 61 mil casos diários.

“O número de casos aumentou ligeiramente, a uma taxa de 0,3% ao dia, enquanto o número de óbitos por Covid-19 foi reduzido a uma taxa de -1,7% ao dia, mostrando uma tendência de ligeira queda, mas ainda não representa uma tendência de contenção da epidemia”, informa a Fiocruz.

Também foi observada uma pequena queda nas taxas de letalidade, que estavam na faixa de 2% no fim de 2020, chegando a um valor máximo de 4,5% em meados de março e caindo para 3,5% de 2 a 8 de maio. Segundo os autores, isso pode indicar um pequeno aumento da capacidade dos serviços de saúde no diagnóstico por meio de testes e tratamento hospitalar dos casos graves da doença.

Sequelas – A Fiocruz ainda chama a atenção de que não se sabe a extensão das sequelas deixadas pela covid-19 em pacientes graves e moderados, que podem impor demandas ao sistema de saúde a médio e longo prazo. “Nunca é demais lembrar das repercussões da sobrecarga colocada pela Covid-19 sobre o sistema de saúde, que terminam por afetar atendimentos de necessidades por outras condições de saúde”, ressaltou.

Os pesquisadores destacam que somente medidas como evitar aglomerações e interação social em ambientes fechados e pouco arejados, e a intensificação da campanha de vacinação, podem garantir a queda sustentada da transmissão da Covid-19 e a recuperação da capacidade do sistema de saúde. “Mantém-se a necessidade de aceleração da vacinação, do distanciamento físico entre pessoas fora da convivência domiciliar, da higiene frequente das mãos e do uso de máscaras de forma adequada”, salientam. Porém, o Brasil pode começar a viver uma crise na fabricação de vacinas devido à matéria-prima para a fabricação.

Sem contar com uma definição de data para a chegada do novo lote de insumos necessários para produção da CoronaVac no Brasil, o Instituto Butantan suspende a produção do imunizante depois de entregar, hoje, a última remessa da vacina contra a Covid-19 ao governo federal produzida com o ingrediente farmacêutico ativo recebido em 19 de abril. Sem sequer uma previsão do envio dos insumos da China, o Butantan se preocupa com o cronograma de entregas ao Programa Nacional de Imunizações – PNI, do Ministério da Saúde.

Fonte: O Globo e Correio Braziliense
CNTS

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