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Enfermagem se mobiliza pelo país pela aprovação do piso salarial

Enfermagem

Profissionais da enfermagem foram às ruas do país lutar pela aprovação do piso salarial nacional da categoria. Organizado pelo Fórum Nacional da Enfermagem, do qual a CNTS integra, o ato ocorreu no Dia Internacional da Mulher, gênero que representa 85% da força de trabalho da categoria no Brasil. A pressão é para que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), paute com mais agilidade o Projeto de Lei – PL 2564/20, que institui o piso salarial para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e parteiras. Aprovado no Senado Federal, o texto está em análise na Câmara deste novembro de 2021.

Em Brasília, técnicos e auxiliar de enfermagem e enfermeiros de vários estados do Brasil e do Distrito Federal iniciaram cedo a mobilização pela aprovação do PL 2564/20 no Aeroporto Juscelino Kubitschek.

No início da tarde, os profissionais mobilizaram em frente ao Anexo II da Câmara. Mesma a Casa adotando o sistema híbrido, os parlamentares marcaram presença no ato e defenderam a aprovação do projeto. “Não adianta só elogiar o SUS e não reconhecer quem trabalha duro para manter o Sistema Único de Saúde. E quem trabalha, principalmente, são os profissionais da enfermagem. É por isto que a bancada do PT vai votar integralmente pela aprovação do PL 2564. Está mais do que na hora de aprovar a luta de vocês”, afirmou o deputado Carlos Zarattini (SP), garantindo o apoio da bancada do PT na aprovação do projeto.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ) afirmou que o cuidado da enfermagem com toda a população precisa ser reconhecido pelos parlamentares. “Não teríamos enfrentado a pandemia neste país sem o sacrifício da enfermagem brasileira, muitos dando suas vidas. Se não fosse a Enfermagem brasileira o SUS não estaria de pé. Nós precisamos aprovar o PL 2564, já! A bancada do Partido Comunista do Brasil, que é a minha, estará 100% junto com vocês”.

Impacto orçamentário – Os parlamentares lembraram ainda que o impacto orçamentário anual de instituições de saúde públicas, privadas e filantrópicas será de R$ 16,31 bilhões com a aprovação do projeto, bem menos que os R$ 40 bilhões calculados pelo Ministério da Saúde. “Nós temos os estudos, não me venham com números falsos, que dizem que vão quebrar hospitais, os planos de saúde e as entidades filantrópicas. Mentira. O que existe é que os planos de saúde e os hospitais privados tiveram lucros excepcionais enormes mesmo com a pandemia. E o SUS precisa ser fortalecido”, afirmou o deputado Ivan Valente (PSOL-SP).

A direção da CNTS participou da mobilização em defesa da enfermagem. “Deputados, se vocês querem reconhecer a importância dos profissionais da enfermagem, o momento é agora. Não é amanhã, não é ano que vem. É agora. O reconhecimento público com palmas da sociedade brasileira é muito bonito e nos enche de orgulho, mas não coloca o salário no bolso, não dá condições de dignidade para esta categoria que tanto sofre”, afirmou o presidente da Confederação, Valdirlei Castagna.

A deputada Carmen Zanotto (Cidadania/SC), que coordenou o GT sobre os impactos orçamentários do PL, afirmou que apresentará duas propostas para prever as fontes para financiar o piso. “Precisamos de mais recursos e eu estou trabalhando para isso. Entregarei mais dois projetos de lei apontando de onde poderão sair os recursos para fazer frente. É o mínimo de dignidade que nós podemos dar para um conjunto de trabalhadores que não mediram esforços nesta pandemia”, destacou.

Mobilização em outros estados – Além do Distrito Federal, houve mobilização da Enfermagem também em todos os estados brasileiros. Toda a luta demostrada pelos profissionais durante atos no Ceará, Bahia, Mato Grosso, Amazonas e Maranhão por melhores condições de trabalho não é difícil de entender, já que eles recebem salários baixos, fazem dupla ou tripla jornada de trabalho, estão sobrecarregados devido à pandemia e, ainda, viram os colegas perderem a vida para a doença.

Foto: Sindsaúde-CE

Foto: Seeb Bahia

Foto: SINDESEP

CNTS

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