Enfermagem brasileira se une por valorização da categoria em grande ato na Avenida Paulista

Enfermagem

Profissionais da enfermagem exigiriam que reivindicações históricas sejam aprovadas, como a regulamentação da jornada de trabalho e o piso salarial nacional

Representantes de entidades da enfermagem brasileira e do movimento sindical uniram-se na tarde da quinta-feira, 17, na Avenida Paulista, em São Paulo, para pedir mais valorização e reivindicar as bandeiras prioritárias da categoria, como a jornada de 30 horas semanais, piso salarial nacional, descanso digno e melhores condições de trabalho. A CNTS foi uma das entidades que se somaram ao ato na luta pela valorização da enfermagem.

A manifestação, organizada pelo Fórum Nacional da Enfermagem, começou no vão do Museu de Arte de São Paulo – MASP, seguido de passeata até a praça Roosevelt. Na marcha, líderes de entidades discursaram em defesa do SUS e da profissão. Os participantes cobraram a aprovação do Projeto de Lei 2.295/00, que regulamenta em 30 horas a jornada de trabalho da categoria e que tramita há 18 anos no Congresso Nacional. A Organização Mundial de Saúde recomenda esta jornada para a enfermagem. Longas jornadas estão associadas ao aumento de ocorrências adversas na saúde e ao adoecimento dos profissionais.

O tesoureiro-geral da CNTS, Adair Vassoler, ressaltou a importância da marcha em defesa de uma categoria que está sobrecarregada e doente. Segundo ele, é impossível garantir um trabalho de excelência se os próprios profissionais da saúde não dispõem de condições saudáveis de trabalho. “Na enfermagem estão os trabalhadores com o maior número de adoecimento entre acidentes de trabalho e doenças psicológicas em função da carga horária e da quantidade de pacientes por trabalhador durante atendimento nos hospitais.  Já estamos há muitos anos solicitando que Congresso Nacional aprove a jornada de 30 horas para que a categoria pare de adoecer”, destacou.

O vice-presidente da CNTS, João Rodrigues, lembrou que a categoria que é a segunda maior força de trabalho do país, com quase 2 milhões de trabalhadores, não quer outra coisa além de reconhecimento e seus direitos garantidos. “Esperamos que sejamos reconhecidos, só isso nos basta. Não precisa nem de grandes salários, mas sim, de um salário digno, uma jornada de trabalho que nos permita cuidar das pessoas, mas também que tenhamos nosso tempo de descanso”.

Para o secretário-geral da Confederação, Valdirlei Castagna, os profissionais da enfermagem precisam despertar do comodismo se quiserem transformar a dura realidade que a categoria vive atualmente. “Estamos há quase 70 anos na luta tentando regulamentar a jornada de trabalho em 30 horas semanais para o setor da enfermagem e não conseguimos avançar. Temos que nos perguntar nesse momento se isso é culpa apenas dos governantes ou se também isso não seria culpa um pouco da enfermagem e das próprias organizações, já que está faltando participação maior de todos nós. A enfermagem precisa despertar que ela é agente importante nessa transformação. Não adianta somente cobrar dos seus representantes, ela tem que se sentir participante disso”.

Pensamento semelhante da diretora de Assuntos Internacionais da CNTS, Lucimary Santos, que entende que o caminho é de mobilização e luta, com os profissionais da enfermagem indo às ruas. “Não tem outro caminho para que a enfermagem se faça enxergar pelo Executivo desse país, pelo Legislativo, para que as bandeiras históricas da enfermagem sejam pautadas e aprovadas, a exemplo das 30 horas, do direito ao repouso, da aposentadoria especial. O único caminho é a manifestação, a mobilização, é a enfermagem nas ruas mostrando o seu valor e a importância dessa grande categoria para a promoção da saúde e do SUS”.

O conselheiro federal Luciano Silva, coordenador do Fórum Nacional da Enfermagem, afirmou que a manifestação é um marco pela valorização da enfermagem brasileira. “Vimos os movimentos organizados, as entidades unidas, a presença marcante de trabalhadores da enfermagem, oriundos de diversos estados, mobilizados por reconhecimento profissional e reinvindicação de pautas importantes para nossa categoria. Neste ato a enfermagem mostrou sua força. É um novo momento”, concluiu.

Acompanhando o ato, o deputado Federal Orlando Silva (PCdoB-SP), autor do PL 2891/2015 que proíbe o EaD na Enfermagem, afirmou que a luta pela aprovação das 30 horas é uma luta em defesa da saúde pública, pela dignidade dos trabalhadores da enfermagem e daqueles que querem oferecer melhores serviços de saúde para o povo brasileiro.

Além da CNTS, participaram da manifestação outras entidades representativas como o Conselho Federal de Enfermagem – Cofen, os Corens de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo, Associação Nacional dos Técnicos e Auxiliares de Enfermagem – Anaten, Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de São Paulo -SinSaudeSP, Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo – Seesp, Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Campinas – STMC e sindicatos do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais.

CNTS

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