Emprego para mais velhos é o que mais cresce no País

O total de pessoas ocupadas nesse grupo etário cresceu 6,8% entre o segundo trimestre de 2012 e o mesmo período de 2013, segundo levantamento feito pelo jornal Folha de SP a partir da nova Pnad contínua, que abarca 3.500 municípios.

Foi, de longe, a faixa etária que mais avançou: mais de cinco vezes a média (1,1%). A taxa de desemprego para o grupo maduro caiu de 2,2% para 1,8% nesse período. Ou seja, de cada 100 pessoas com mais de 60 anos dispostas a trabalhar, apenas 2 não acham vaga.

Três são os motivos para o aumento do emprego entre os mais velhos: o envelhecimento da população, a procura por mão de obra mais qualificada e com experiência e as regras para aposentadoria que penalizam quem para de trabalhar mais cedo.

“As pessoas não querem perder renda na aposentadoria e, por isso, se mantêm mais tempo no emprego”, diz Cimar Azeredo Pereira, coordenador do IBGE.

Gabriel Ulyssea, do Ipea, diz que a busca por profissionais qualificados e com experiência é um dos principais motivos para o aumento do emprego entre os mais velhos, em um momento de escassez de mão de obra.

O mercado, diz, está aberto principalmente aos mais escolarizados. “Existem setores com carência de pessoal. Eles são mais aproveitados em funções que demandam conhecimento, experiência.”

Para Aurélio Bicalho, economista do Itaú, o primeiro fator que impulsiona o emprego entre idosos é o próprio envelhecimento da população. “A questão demográfica leva ao aumento da força de trabalho. Já se viu isso em outros países”, afirma.

O que determina, porém, se os idosos vão se manter ocupados ou não, diz, são as condições do mercado de trabalho, que tem se mostrado favorável com a crescente oferta de emprego e a renda em expansão — embora os dois indicadores já apontem desaceleração em 2013.

“O ciclo favorável torna o emprego mais atrativo do que se aposentar”, diz Bicalho.

Com isso, cresceu a fatia das pessoas com mais de 60 anos que estavam empregadas –21,9% para 22,3% do segundo trimestre de 2012 para igual período de 2013. O grupo, porém, corresponde a apenas 6,5% do total de ocupados em todas as idades. (Fonte: Folha de S.Paulo)

CNTS

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